O que é um homem, enfim?

Walt Whitman

Quem é que vai por aí
aflito, místico, nu?
Como é que eu tiro energia
da carne de boi que como?
O que é um homem, enfim?
O que é que eu sou?
O que é que vocês são?
Tudo o que eu digo que é meu,
vocês podem dizer que é de vocês:
de outro modo, escutar-me
seria perder tempo.
Não ando pelo mundo a lastimar
o que o mundo lastima em demasia:
que os meses sejam de vácuo
e o chão seja de lama
e podridão.
A gemer e acovardar-se,
cheio de pós para inválidos,
o conformismo pode ficar bem
para os de quarta categoria;
eu ponho o meu chapéu como bem quero,
dentro ou fora de portas.
Por que iria eu rezar?
Por que haveria eu de me curvar
e fazer rapapés?
Tendo até os estratos perquirido,
analisado até um fio de cabelo,
consultado doutores
e feito os cálculos apropriados,
eu não encontro gordura mais doce
do que a inserida em meus próprios ossos.
Em toda pessoa eu vejo a mim mesmo,
nem mais nem menos um grão de mostarda,
e o bem ou mal que falo de mim mesmo
falo dela também.
Sei que sou sólido e são,
para mim num permanente fluir
convergem os objetos do universo;
todos estão escritos para mim
e eu tenho de saber o que significa
o que está escrito.
Sei que sou imortal,
sei que esta minha órbita não pode
ser traçada
pelo compasso de um carpinteiro qualquer.
Sei que não passarei
assim que nem verruga de criança
que à noite se remove
com um alfinete flambado.
Eu sei que sou majestoso,
não vou tirar a paz do meu espírito
para mostrar quanto vale
ou para ser compreendido:
tenho visto que as leis elementares
jamais pedem desculpas.
(Eu reconheço que, afinal de contas,
não levo meu orgulho
além do nível a que elevo minha casa.)
Existo como sou,
isso é o que basta:
se ninguém mais no mundo
toma conhecimento,
eu me sento contente;
e se cada um e todos
tomam conhecimento,
eu contente me sento.
Existe um mundo
que toma conhecimento,
e este é o maior para mim:
o mundo de mim mesmo.
Se a mim mesmo eu chegar hoje,
daqui a dez mil ou dez milhões de anos,
posso alcançá-lo agora bem-disposto
ou posso bem-disposto esperar mais.
O lugar de meus pés
está lavrado e ajustado em granito:
rio-me do que dizem ser dissolução
– conheço bem a amplitude do tempo.

Canto dos Espíritos sobre as Águas

A alma do homem
É como a água:
Do céu vem,
Ao céu sobe,
E de novo tem
Que descer à terra,
Em mudança eterna.

Corre do alto
Rochedo a pino
O veio puro,
Então em belo
Pó de ondas de névoa
Desce à rocha lisa,
E acolhido de manso
Vai, tudo velando,
Em baixo murmúrio,
Lá para as profundas.

Erguem-se penhascos
De encontro à queda,
— Vai, ‘spumando em raiva,
Degrau em degrau
Para o abismo.

No leito baixo
Desliza ao longo do vale relvado,
E no lago manso
Pascem seu rosto
Os astros todos.

Vento é da vaga
O belo amante;
Vento mistura do fundo ao cimo
Ondas ‘spumantes.

Alma do Homem,
És bem como a água!
Destino do homem,
És bem como o vento!

Johann Wolfgang von Goethe, in “Poemas”
Tradução de Paulo Quintela

Panorama Biográfico em Cristalina (GO)

Você passa a vida buscando um sentido para ela (a vida), bem com para temas mais específicos como seus relacionamentos (com cônjuges, filhos, amigos, chefes, sócios, funcionários etc), e profissão. Você pode fazer essa busca fora, seja aderindo e vestindo a camisa de uma ideologia, consumindo em excesso (vestimentas, eletrônicos, alimentos, entre outros) para preencher um vazio, ou ainda jogando em outra pessoa a responsabilidade pela sua felicidade, e por aí vai. E também pode buscar dentro e, quando volta esse olhar para dentro de si, esse olhar vai carregado de julgamento, ou admirando-se muito ou recriminando-se como se fosse o pior dos seres humanos que anda sobre a Terra.

Nossas buscas mais essenciais, como viver um relacionamento com amor ou trabalhar dentro de nossas habilidades e vocação, podem ser mascaradas pela zona de conforto, causando um descontentamento constante, que envenena nossas vidas e nos torna amargos, sem brilho nos olhos. Viver alijado de sentido opacifica o olhar, o sorriso, e deixa o coração enevoado!

Este é um convite para encontrar a si mesmo, buscando o sentido através de fatos da sua própria história. Acontecerá de 26 a 29 de janeiro de 2012, no Hotel Catavento, em Cristalina (GO).

Coordenação:

  • Marcelo Guerra, médico homeopata, acupunturista e terapeuta biográfico.
  • Antonélla Aggio, psicóloga, especializada em Terapia Social, em formação para terapeuta biográfica;

Preço: R$1.400,00 , incluindo o trabalho em si, acomodações em apartamentos duplos e a alimentação no período do workshop. Para a inscrição será cobrado um sinal de R$300,00 que serão descontados do valor total do workshop. O restante poderá ser pago durante o evento, com até 4 cheques pré-datados.

As inscrições são limitadas porque trabalharemos com um grupo máximo de 10 pessoas, por isso não deixe para a última hora.

Informações pelos e-mails marceloguerra@terapiabiografica.com.br ou antonellaaggio@gmail.com .

Reservamo-nos o direito de cancelar o workshop se não houver o mínimo de 5 inscritos. Neste caso, devolveremos o sinal.

 Faça sua inscrição online, clicando aqui.