espirituais fazem bem à saúde |
Celina Côrtes, Cilene Pereira e Mônica Tarantino, Revista IstoÉ 01/06/2005 |
Não importa o nome do deus ou se há deus. O fato é que a medicina começa a incluir cada vez mais em suas práticas o instrumento da espiritualidade no cuidado com os pacientes. Isso significa usar a favor do doente sua crença em uma religião ou sua busca de aprimoramento espiritual por meio de outros caminhos que não os religiosos. O tema, que sempre incomodou os homens da ciência, também começa a ganhar destaque na literatura científica, em eventos médicos e nas escolas de medicina.
Esse fenômeno é resultado de várias circunstâncias. Uma delas diz respeito à demanda dos próprios pacientes por um tratamento que contemple sua saúde em dimensões mais amplas. Eles querem ter seu lado espiritual respeitado e incluído nas terapias. Um estudo da Universidade de Ohio (EUA) feito no ano passado com 798 pessoas deixa esse anseio patente. Segundo o trabalho, cerca de 85% dos voluntários gostariam de discutir sua fé com o médico e 65% deles esperavam compreensão desse desejo por parte dos doutores.
Outra razão que explica o crescimento da importância do assunto está ancorada na observação clínica dos efeitos positivos da espiritualidade. Já são muitos os médicos que fazem essa constatação no dia a dia. O oncologista Riad Yunes, do Hospital do Câncer de São Paulo, é um deles. “Os pacientes que têm religiosidade parecem suportar mais as dores e o tratamento. Também lidam melhor com a idéia da morte”, observa.
Esse tipo de informação já aparece em diversas pesquisas. Muitas estão sendo feitas sob a batuta do médico Harold Koenig, da Universidade de Duke (EUA). Entre seus achados estão resultados interessantes. Pessoas que adotam práticas religiosas ou mantêm alguma espiritualidade apresentam 40% menos chance de sofrer de hipertensão, têm um sistema de defesa mais forte, são menos hospitalizadas, se recuperam mais rápido e tendem a sofrer menos de depressão quando se encontram debilitadas por enfermidades. “Hoje há muitas evidências científicas de que a fé e métodos como a oração e meditação ajudam os indivíduos”, afirma Thomas McCormick, do Departamento de História e Ética Médica da Universidade de Washington (EUA).
Estimulados por essa realidade, os cientistas procuram respostas que elucidem de que modo esse sentimento interfere na manutenção ou recuperação da saúde. Há algumas explicações. Uma delas se baseia numa verdade óbvia: a de que quem cultiva a espiritualidade tende a ter uma vida mais saudável. “Os estudos comprovam que a religiosidade proporciona menos comportamentos auto-destrutivos como suicídio, abuso de drogas e álcool, menos stress e mais satisfação. A sensação de pertencer a um grupo social e compartilhar as dificuldades também contribuiria para manter o paciente amparado, com melhor qualidade de vida”, explica o psiquiatra Alexander Almeida, do Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP).
Para os cientistas, essa explicação é só o começo. O que se quer saber é o que se passa na intimidade do organismo quando as pessoas oram, lêem textos sagrados e qual o impacto disso na capacidade de se defender das doenças. Embora não existam estudos conclusivos, acredita-se que esse plus esteja relacionado a mudanças produzidas pela fé na bioquímica do cérebro. “Setores do sistema nervoso relacionados à percepção, à imunidade e às emoções são alteráveis por meio das crenças e significados atribuídos aos fatos, entre outros fatores. Assim, um indivíduo religioso tem condições de atribuir significados elevados ao seu sofrimento físico e padecer menos do que um ateu ou agnóstico”, explica o psicólogo e clínico João Figueiró, do Centro Multidisciplinar da Dor do Hospital das Clínicas (HC/SP).
Para aprofundar as investigações, está surgindo até um novo campo de conhecimento, chamado de neuroteologia. Trata-se de uma área de pesquisa dedicada ao estudo da resposta das regiões cerebrais em face da fé e da espiritualidade. Um dos pesquisadores da área é o neurocirurgião Raul Marino Jr., chefe do setor de neurocirurgia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Em julho, ele lançará um livro dedicado ao estudo dessas reações (A religião do cérebro, Ed. Gente). “Práticas como a prece, a meditação e a contemplação modificam a produção de substâncias do cérebro que têm atuação em locais como o sistema límbico, envolvido no processamento das emoções”, garante o especialista. Marino reuniu estudos feitos com aparelhos de ressonância magnética, PET/Scan (equipamento de imagem de última geração) e dezenas de trabalhos mostrando as modificações no cérebro.
Médiuns – A abrangência dos estudos também está aumentando. Se antes a maioria das pesquisas estudava populações protestantes, católicas e adeptos do judaísmo, agora começam a surgir trabalhos com praticantes de outras religiões. O psiquiatra Almeida, da USP, verificou a saúde mental de 115 médiuns espíritas. Descobriu que a incidência de transtornos como ansiedade e depressão nessa população fica em
torno de 8%, um porcentual menor do que a
estimativa encontrada na população em geral,
de 15% de incidência.
Todo esse movimento está levando muitas escolas de medicina a abrir espaço para debate. De acordo com um trabalho da Universidade de Yale (EUA) publicado no Jornal da Associação Médica Americana (Jama), em 1994 apenas 17 faculdades americanas ofereciam cursos sobre medicina e espiritualidade. Em 2004, já eram 84 instituições. No Brasil, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará inaugurou, também no ano passado, um curso opcional de 20 horas. Cem alunos já cursaram a disciplina. “A mudança está ligada a uma nova abordagem da escola médica, focada na humanização do relacionamento do médico com o paciente”, diz a criadora da disciplina, a professora de histologia e embriologia humana Eliane Oliveira.
Aos poucos, essa modificação começa a se desenhar nos hospitais brasileiros. Um dos médicos que fazem questão de estimular a prática da espiritualidade em seus pacientes é Eymard Mourão Vasconcelos, da Universidade Federal da Paraíba e com pós-doutorado em espiritualidade e saúde pela Fundação Oswaldo Cruz. Para ele, não restam dúvidas quanto ao poder da fé na recuperação dos doentes. “É preciso despertar a garra em portadores de enfermidades. Isso não se faz com conhecimento técnico, mas mexendo com a emoção profunda da espiritualidade”, frisa. Outro que usa a ferramenta da fé é o cirurgião oncológico Paulo Cesar Fructoso, do Rio de Janeiro, integrante da Sociedade Brasileira de Cancerologia. “Mas nenhum tratamento médico deve ser interrompido”, ressalta.
Risco – O médico toca em um ponto importantíssimo. Quando a religiosidade toma o lugar da medicina, as coisas se complicam. Quem leva a fé a ferro e fogo e decide depositar tudo nas mãos de Deus corre o sério risco de perder a vida. Um estudo feito pelo médico Riad Yunes com três mil pacientes de câncer de mama no Hospital do Câncer de São Paulo mostra o quanto essa possibilidade é real. Segundo o trabalho, 20% das mulheres preferiram fazer tratamentos espirituais antes de se submeter à cirurgia e tomar os medicamentos indicados pelos médicos. “Quando voltaram ao hospital, três ou quatro meses depois, os tumores tinham dobrado de tamanho”, diz Yunes. Como se vê, o equilíbrio entre as necessidades da alma e as do corpo é um dos segredos de uma boa saúde. É o que busca, por exemplo, a atriz Lucélia Santos, 47 anos. “O desenvolvimento espiritual me traz harmonia. A saúde do organismo e do espírito andam juntas”, diz.
Tenho 41 anos. Fiz o meu curso de Teologia na Igreja Presbiteriana do Brasil e terminei, recentemente, um curso de pós-graduação em Direito Processual Civil na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Sou capelão do Hospital Evangélico de Sorocaba / SP.
Nossa Instituição sempre reconheceu o valor da medicina e, com todo respeito aos pacientes, seus familiares e amigos, oferece uma assistência religiosa, há 73 anos, a qual é pautada pela fé segundo a Bíblia Sagrada. Para nós, não há conflito entre a medicina e a espiritualidade. Muito pelo contrário, há uma dedicação diária diante da nossa missão integral: cuidar do corpo e da alma.
URGENTE!!!
Gostaria qe me indicasse um especialista em alcoolismo em São Gonçalo ou Niterói. Desde Já agradeço pela atenção.
Tenho problemas de coluna lombar, fiz uma cirurgia medica em 2006, na l4-l5 e l5-s1 não obtive sucesso nesse procedimento. Moro em Niterói São Gonçalo especificamente Varzea das Moças e venho sentindo muita dor nesta região. O que Fazer? Aonde realizar um tratamento de cura espiritual nesta região como já descrevi, e ficar curado. Tenho 45 anos de idade, trabalho no Rio no centro da cidade, sou membro de centros espíritas, trabalho neste local, só que, aonde eu frequento não existe ainda tratamento para esta situação onde eu me encontro. Por favor, me indicar os procedimentos e aonde realizar no local onde possar fazer este trabalho. Sou da Irmandade Espiritualista Verdade e Eterna e centros Umbandistas. Estou parado com o meu trabalho espiritual, precisando voltar a trabalhar com muito amor. Obrigado por tudo e no aguardo de uma resposta.
Paulo, não sei onde você pode realizar essa cirurgia. Talvez algum leitor do blog possa ajudá-lo.
Olá! Gostaria de saber se você conhece aqui no Brasil alguma universidade que tenha doutorado em espiritualidade e qualidade de vida. Obrigada!
Espiritualidade e Saúde, na UFJF, Juiz de Fora.
Eu desenvolvo um trabalho numa maternidade escola com as mães cangurus, e a principal ferramenta é a espiritualdade e a fé.
Temos um grupo de oração, fazemos reflexão na capela e individualmente praticamos o poder da oração diariamente.
Muito obrigado, Juna, pelo seu comentário e exemplo!
Gostaria que se o Sr. pudesse me ajudar num caso que está deixando nossa família muito preocupada: tenho uma irmã, a caçula da quatro, que no dia das mães tentou o suicídio em Nova Friburgo/RJ. Já está se tratando com um Neurologista, mas gostaríamos de ajudá-la espiritualmente. Pode nos indicar em N.F. algum lugar que possamos passar a frequentar ? Nossa mãe faleceu há três anos, ela já não vinha bem; após minha mãe adquirir um cancer na orofaringe (jà està curada)< graças à DEUS)< GRATA
Marina, a espiritualidade que falo no artigo não é ligada a qualquer religião, mas à busca interior. Quanto a um lugar para indicar, eu indicaria qualquer um onde você se sinta acolhida em sua fé.
ja tenho um curço de capelania, mas sinto a nescessidade de me aprimorar, pois estou lidando com almas preciosas para Deus gostaria de fazer um novo curço.
preciso de ajuda
Vc está buscando um curso? Já viu a programação do Curso DAO: Observação e Sentido?
Desde 2007 realizamos atividades e ações na prática da oração, escrita e histórias de vida, reflexões e terapia espiritual com mães de bebês prematuros. A resposta ao enfrentamento da doença e muitas vezes o processo de morte neonatal, tem sido amenizada, compreendida e aceita com mais entendimento pelas mães. Considero de fundamental importância o uso da espiritualidade e religiosidade no cotidiano hospitalar, onde o nível de estresse é muito elevado. Estamos aprimorando as práticas nesse aspecto como: meditação, canto religioso, orações, terço comunitário e grupo de oração coletiva nas enfermarias. O estado emocional e psicológico das mães têm sido beneficiados em todos os aspectos.
Olá.
Gostaria de saber se, além da UFJF, existe algum Doutorado que eu pudesse escrever sobre a relação entre Saúde e Espiritualidade. Alguém já tentou em algum doutorado de filosofia, ou sociologia…?
Obrigada!
Abraço,
Pri
Preciso de ajuda com urgencia. Estou no meu limite ou além dele, para suportar o que tenho passado. Meu coração esta cheio de amargura e tristeza, e ninguem, ninguem é mais meu amigo, desde que fui sequestrada e passei por carcere privado durante 7 meses. Moro de favores na casa de alguem que conheço a 25 anos e que no passado ajudei a ele e a familia, e hoje pago caro cada ajuda que recebo. Penso em acabar com minha vida, mas nem isso posso, pois ainda não me livrei do psicopata na justiça. Fui roubada de tudo, casa, carro, não tenho mais meu nome, dignidade e minha saude esta precária,pois não tenho animo para reagir. Conheci o inferno na terra e ele se perpetua. Tentei por diversas vezes reagir, mas a pessoa que se diz me ajudar é ignorante, grosseiro e dá com uma mão e tira com a outra. Não tenho vontade de prosseguir, mas preciso esperar a justiça resolver minha situação com psicopata que fez da vida regrada que eu tinha uma verdadeira bagunça. Sofri o pão que a coisa ruim amassou, tentei estar viva par servir de exemplo, mas não esta dando mais. Quero sair daqui e de perto de pessoas negativas e autoritária, mas não tenho para onde ir, para ter um ambiente que tenha possibilidade de recuperar-me. Estou cada dia pior e com menos vontade de seguir em frente.
Preciso de uma palavra de conforto, não tenho ninguem para conversar, fico mais isolada do que uma prisioneira, e cada passo meu é julgado e sancionado com duras penas.
Não estou aqui para ser uma vitima a mais, mas minhas forças estão se exaurindo e cada dia mais estou indo embora com tanta mágoa.
Me ajuda por favor.
Grata