Crianças e TV

Josy Fischberg, O Globo

RIO – Os pais podem dar a definição que quiserem para a televisão: babá eletrônica, janela para o mundo, mal necessário, praga, inimiga – isso só para citar algumas. Mas todos eles ainda estão longe de respostas concretas quando tentam definir “certo” e “errado” na programação que seus filhos vêem. Bia Rosenberg, que dirigiu e escreveu atrações para o público infanto-juvenil na TV Cultura há mais de duas décadas, ouviu, por anos, perguntas, questões e dúvidas de gente grande preocupada com gente pequena em frente à televisão. Juntou tudo e o resultado é o livro “A TV que seu filho vê” (Panda Books), lançado semana passada.

Estão ali alguns dos motivos que levam as crianças a verem televisão (hábito, escapismo, companhia, aprendizado, fantasia); verdades e mentiras sobre a TV (engorda? estimula o consumo? programas violentos podem afetar a forma como a criança compreende a vida?); como se vê TV em cada etapa da infância; o que fazer com crianças que consomem programação para adultos; entre outros.

A seguir, alguns trechos do livro:

“A partir dos 7 anos, as crianças começam a interessar-se pela programação adulta. Se seu filho assiste a minissérie carregadas de conotações sexuais ou a filmes de ação exibidos após as 22h, se ele gosta de ver telenovelas de fim de tarde, como adulto você vai negociar uma mudança de hábitos com ele. Ou, alternativamente, vai começar a ver com seu filho aos programas que ele gosta, para poder atuar como orientador (…)”

”Para que seu filho se torne um telespectador moderado e consciente, você também precisa ser. Não adianta propor a seu filho atitudes e mudanças em relação à TV se você nâo adotar os mesmos critérios de consumo equilibrado. A melhor dieta de TV para seu filho pode resumir-se apenas a dar o exemplo”.

”(…) o bom programa é aquele que diverte e, sempre que possível, introduz conceitos que completam a formação da criança. O programa de qualidade é aquele que é atraente para seu filho e ao mesmo tempo o ajuda a crescer, compreendendo melhor a si mesmo ou ao mundo”.

”De acordo com a Associação Norte-Americana de Pediatria, cada hora de programação infantil contém aproximadamente vinte atos violentos. Segundo outra estatística norte-americana, quem chega à idade de 12 anos terá visto na TV aproximadamente 20 mil assassinatos e 80 mil mortes de origens variadas”.

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