RIO – A utilização da educação artística como forma de combater o analfabetismo e a integração da escola com a família são o denominador comum dentre as iniciativas educacionais em regiões carentes como Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, Salvador, Portugal, Estados Unidos e Itália. Os projetos, apresentados por educadores e especialistas nesta segunda-feira, no I Encontro Internacional de Educação – Arte e Analfabetismo Funcional, propõem uma total remodelação do ensino público, que passa pela valorização do trabalho do professor e da transformação da escola em um espaço lúdico e atraente para os jovens e as crianças.
– É preciso repensar o modelo de ensino como ele está estruturado hoje. Através da arte, podemos estimular a criatividade de crianças e adolescentes para que eles se identifiquem com a escola – afirmou Carla Rinaldi, presidente da Reggio Emilia, projeto italiano que trabalha com educação artística para crianças de 0 a 6 anos criado em 1947 e implantado como política pública de ensino em 1963. – O educador precisa saber ouvir a criança e fazer com que ela tenha autonomia.
Educação artística no Brasil não é eficiente, diz MEC
Segundo André Lázaro, secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, do Ministério da Educação (MEC), o déficit de professores com formação específica para educação artística é de 300 mil. Ele afirmou que o maior desafio do país é a melhoria do sistema público de ensino, e não mais a inclusão.
Idealizador da Escola da Ponte, projeto criado em 1976 em Portugal, o educador José Pacheco acredita que a escola nos moldes tradicionais artificializa o ensino e classificou a aprovação automática como absurda:
– Não existe criança com problemas de aprendizagem, e sim com problema de ensino. O melhor método é pensar em como suprir as necessidades de cada aluno.
Na Escola da Ponte, que inspirou projetos em todo mundo, não há salas de aula, provas ou séries definidas, e os alunos decidem quais os assuntos querem estudar.
Fonte: O Globo Online