Arquivo da categoria: autodesenvolvimento

4º Motivo da Rosa

Cecília Meireles

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.

Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.

E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

O que será o amanhã?

Marcelo Guerra

O futuro lhe preocupa? Quantas vezes você perdeu o sono de tanto pensar no que vai lhe acontecer? Quanto mais responsabilidades você tem, mais o futuro lhe perturba. Pode haver uma sensação de estar andando sobre um fio estendido num lugar escuro. Em alguns momentos você sente que é plenamente capaz de enfrentar o que aparece. Em outros, você teme fracassar diante de desafios que possam aparecer.

Costumamos lidar com o futuro usando o controle. “Se tudo estiver sob o meu controle, o que pode me assustar no futuro?” Mas o futuro sempre traz alguma surpresa… Não há garantias, não há certezas! Olhamos para o futuro geralmente com os olhos acostumados a padrões de comportamento que trazemos do passado. É como se usássemos óculos coloridos, cada um com a cor que foi criando ao longo da vida.

Dentre esses padrões, você pode se colocar como vítima e pensar “logo alguém vai estragar meu futuro mesmo”. Ou, então, como algoz e pensar “vou acabar machucando alguém de novo”. Esses padrões são exemplos de como podemos delegar a outra pessoa as condições para construirmos nosso futuro. Essa construção é feita com elementos que hoje temos e com aquilo que surge de novo a cada dia – e muitas vezes teimamos em ignorar.

Quais padrões são realmente seus?

Os padrões de comportamento começam a ser construídos na infância, segundo as normas e hábitos que aprendemos em casa e na escola, e pela imitação que fazemos do comportamento dos nossos pais. Isso nos molda de forma profunda e depois é muito difícil modificar a influência que exercem sobre nosso comportamento. Mas muito difícil não significa impossível. Para nos tornarmos indivíduos livres precisamos identificar nossos padrões de comportamento e perguntarmos sobre cada um deles:

  • Isso é meu mesmo ou é do meu pai, da minha mãe, da cidade onde nasci e fui criado?
  • Isso ainda me serve hoje?
  • É isso que eu quero desenvolver e levar adiante na minha vida ou posso trabalhar para mudar esse padrão?

Muitas vezes é preciso da ajuda de um psicoterapeuta, mas um olhar crítico e atento para si, já pode trazer bastante descobertas.

Parece ilógico olhar atentamente para o passado para lidar com o futuro de uma forma mais segura. Contudo, é este passado que modifica a cor das lentes dos óculos que usamos para vislumbrar o futuro. Se as lentes não forem transparentes não veremos com clareza. Lentes cor de rosa vão lhe proporcionar uma visão muito diferente daquele que usa lentes marrons. E nenhuma das duas se aproxima do real.

Após aprender com o passado, é preciso aprender a estar no presente, a estar no momento. O momento é um período de tempo que pode parecer mínimo, mas é eterno, porque estamos sempre nele, embora nossa mente possa estar lá atrás ou lá na frente. É no momento presente que vamos encontrar os elementos com os quais construiremos nosso futuro. Precisamos estar atentos para identificar esses elementos que nos chegam de presente, como as surpresas cotidianas. Nem sempre esses presentes parecem bons, a princípio, mas no desenrolar dos acontecimentos podem se revelar um fator determinante para uma mudança de vida. Um exemplo muito comum disso é uma demissão inesperada. Quantas pessoas ficam felizes ao serem demitidas? Acredito que muito poucas, se é que há alguma. Porém, após um ano de demissão, muitas pessoas podem estar trilhando um caminho profissional mais de acordo com suas próprias expectativas e aptidões e, consequentemente, com maior satisfação no trabalho. Como você vê, o que você mais precisa para acolher o futuro é atenção, estar consciente de como e onde foi criada e de quem é agora, e saber acolher o que cada momento nos reserva de surpresas, para poder florescer quem você deseja ser.

Artigo originalmente publicado em Personare.

Onde Goethe foi beber sabedoria

Aprendimentos

Manoel de Barros

O filósofo Kierkegaard me ensinou que cultura é o caminho que o homem percorre para se conhecer. Sócrates fez o seu caminho de cultura e ao fim falou que só sabia que não sabia de nada. Não tinha as certezas científicas. Mas que aprendera coisas di-menor com a natureza. Aprendeu que as folhas das árvores servem para nos ensinar a cair sem alardes. Disse que fosse ele caracol vegetado sobre pedras, ele iria gostar. Iria certamente aprender o idioma que as rãs falam com as águas e ia conversar com as rãs. E gostasse mais de ensinar que a exuberância maior está nos insetos do que nas paisagens. Seu rosto tinha um lado de ave. Por isso ele podia conhecer todos os pássaros do mundo pelo coração de seus cantos.

Estudara nos livros demais. Porém aprendia melhor no ver, no ouvir, no pegar, no provar e no cheirar. Chegou por vezes de alcançar o sotaque das origens. Se admirava de como um grilo sozinho, um só pequeno grilo, podia desmontar os silêncios de uma noite!
Eu vivi antigamente com Sócrates, Platão, Aristóteles – esse pessoal. Eles falavam nas aulas: Quem se aproxima das origens se renova. Píndaro falava pra mim que usava todos os fósseis linguísticos que achava para renovar sua poesia. Os mestres pregavam que o fascínio poético vem das raízes da fala. Sócrates falava que as expressões mais eróticas
são donzelas. E que a Beleza se explica melhor por não haver razão nenhuma nela. O que mais eu sei sobre Sócrates é que ele viveu uma ascese de mosca.

Do livro: “Memórias Inventadas – As infâncias de Manoel de Barros”.

Curso de Biografia Pessoal em Juiz de Fora

ATENÇÃO: NOVO LOCAL!!!!

A Pesquisa Auto-Biográfica permite olhar para a própria história e expressá-la de diferentes maneiras (falando, escrevendo, pintando, dançando), ver o trajeto que percorremos na vida, como se olhássemos para a própria biografia do alto de uma montanha, o que traz uma visão panorâmica do sentido. E agora, para onde vou? Como corrijo o percurso para reencontrar o sentido da minha história? Quando sigo o fluxo do sentido, encontro paz interior, mesmo que tenha mais trabalho.

A síntese da programação é a seguinte:

  • informação sobre as fases da vida, as leis biográficas;
  • contato com o próprio corpo: danças circulares;
  • contato com o inconsciente: atividades artísticas (aquarela e colagem, a princípio), conto de fadas;
  • reflexão individual: a escrita da vida;
  • reflexão em grupo: contando a própria história;
  • eu hoje: identificando a minha pergunta;
  • pensando o amanhã: projetando metas para a minha vida.

Coordenação:

  • Rosângela Cunha

Psicóloga, Gestalt-terapeuta e Terapeuta Biográfica

  • Marcelo Guerra

Médico Homeopata e Terapeuta Biográfico

Onde e quando? Novo Local:

Em Juiz de Fora, na Pousada Lago das Pedras, de 19 a 22 de agosto de 2010.

Quanto?

R$1050,00 ou 4XR$262,50

A inscrição é efetivada com o depósito da 1ª parcela.

Escreva para rosangela@terapiabiografica.com.br ou marceloguerra@terapiabiografica.com.br para mais informações. Ou ligue para falar com um de nós:

(32)8887-8660, (21)7697-8982

Observação:

Para as pessoas que residem no Rio de Janeiro, este é o de mais fácil acesso, pois há ônibus saindo da Rodoviária Novo Rio para Juiz de Fora pela Viação Útil.

Devido à intensidade do trabalho e da necessidade de supervisão durante todo o período do curso, as VAGAS SÃO LIMITADAS.


Os Trabalhos de Hércules e o Auto-Conhecimento

Os 12 Trabalhos de Hércules representam 12 qualidades que devemos cultivar em nossa personalidade para promover o auto-desenvolvimento. São desafios que nos defrontam e exigem uma ação firme nossa. Preparamos uma série de workshops para compreender e trabalhar estes desafios, e este é o primeiro deles.

A Luz e a Sombra na Alma Humana

As sombras são características nossas das quais nos envergonhamos e buscamos disfarçar, geralmente trazendo muito sofrimento para nós e para as pessoas que nos cercam. Elas impedem a livre expressão de nossa essência. Hércules, em seu segundo trabalho, se defrontou com a Hidra de Lerna, que simboliza nossas sombras, que vivem no pântano e nos angustiam. Este workshop vai lhe ajudar a reconhecer o que precisa ser trabalhado para integrar suas sombras à sua personalidade, trazendo maior inteireza ao seu ser.

  1. Palestra informativa;
  2. Reflexão individual;
  3. Reflexão em grupo;
  4. Trabalho através da arte, com argila e materiais da natureza;
  5. Dança circular.

Público-alvo: Esta oficina destina-se a todas as pessoas que buscam o auto-desenvolvimento. Não é necessário conhecimento prévio de Antroposofia ou Mitologia.

Coordenação: Rosângela de Santa Anna Cunha e Marcelo Guerra, terapeutas biográficos formados pela Escola Livre de Estudos Biográficos de Minas Gerais (Membro do International Trainers Forum em conexão com a General Anthroposophical Section of the School of Spiritual Science do Goetheanum – Dornach/Suiça). Além de terapeutas biográficos, Rosângela é psicóloga e gestalt-terapeuta, e Marcelo é médico homeopata e acupunturista.

Data: 13 a 15 de agosto de 2010.

Local: Centro Paulus, R. Amaro Alves do Rosário 102, Parelheiros, 04884-000 São Paulo, SP, (11) 5920-8935, -8933, www.centropaulus.com.br

Preço: inclui hospedagem e alimentação no período do workshop.

  • Suíte individual: R$820,00 ou 4X R$205,00.
  • Quarto individual: R$680,00 ou 4X170,00.

Inscrições: Faça sua inscrição pelos e-mails: rosangela@terapiabiografica.com.br ou marceloguerra@terapiabiografica.com.br

Tel: (11)6463-6880

Não é necessário conhecimento prévio de Antroposofia.

Ser materialista ou ser espiritualista

Valdemar Setzer

Materialismo é a concepção de mundo que considera o universo como sendo constituído exclusivamente de matéria e energia físicas, e de processos físicos que atuam sobre elas. Uma pessoa é materialista se seu modo de pensar baseia-se nessa concepção de mundo. Nesse sentido, é muito importante reconhecer-se que muitas pessoas que se dizem religiosas, ou pertencem a alguma religião instituída, são no fundo materialistas. Por exemplo, uma pessoa pode referir-se constantemente a uma entidade abstrata Deus, que deveria transcender o mundo físico; no entanto, se no seu dia a dia, e para justificar suas posições, essa pessoa pensar apenas em processos físicos, ela é um materialista.

Ao contrário, um espiritualista admite a existência de ‘substâncias’ que não podem ser reduzidas à matéria física, e a existência de membros não físicos constituintes dos seres vivos, em particular no próprio ser humano. Para uma descrição desses membros veja-se, por exemplo, meu artigo a respeito onde a distinção entre os vários reinos da natureza – inclusive entre seres humanos e animais – é justificada pela hipótese de existência de membros não físicos em alguns reinos e não existentes em outros. Talvez um espiritualista até admita a existência de entidades sem manifestação física, os seres divinos. Mas o mais importante é que, em sua maneira de pensar, ele inclua processos não físicos, e que considere os fenômenos físicos como sendo uma manifestação de fenômenos não físicos. Em particular, eu tenho uma teoria de como um processo não físico pode atuar sobre o mundo físico, por meio da escolha de transições fisicamente não determinísticas: a escolha de qual transição tomar no próximo instante não requer energia (ver o apêndice). Vários processos nos seres vivos podem ser não determinísticos, como qual aminoácido dentre vários possíveis será gerado a partir de um determinado gene, qual célula de um tecido vai ser a próxima a se subdividir ou qual vai começar a morrer, se um neurônio vai disparar ou não etc.

Fonte: Site pessoal do Doutor Valdemar Setzer