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Início da vida estudantil de Hahnemann

Meu pai não queria que eu estudasse.”


Seu interesse pela natureza expressa-se logo cedo, recolhendo amostras de plantas nos seus passeios pela região, e depois separando-as, organizando-as e guardando em casa.

Ele estudou em uma tradicional escola de Meissen, a Escola do Burgo, até os 15 anos. O reitor da escola, o Professor Johann Müller, o amava como a um filho, e lecionava redação e línguas antigas. Por dificuldades financeiras, seu pai o retirou da escola algumas vezes para trabalhar e ajudar no orçamento doméstico, mas, atendendo aos insistentes pedidos dos professores, permitiu que ele voltasse a estudar, onde não lhe era mais cobrado nada. O menino Samuel tinha um excepcional talento para aprender idiomas.

Ainda enquanto estudante, aos 12 anos, o reitor o convida para lecionar grego em sua escola. Seus colegas também o tinham em alta consideração. Estudava muito e não fazia atividades físicas, o que o levava a adoecer freqüentemente.

Numa das vezes em que seu pai o retirou da escola, o enviou aos 14 anos para outra cidade, Leipzig, para trabalhar numa padaria, onde vivia como aprendiz. Por gostar muito de estudar, o rapaz fugiu da padaria e voltou para casa, onde sua mãe o escondeu por vários dias, com medo da reação de seu pai, até que ela preparou o terreno para que o pai escutasse o que Samuel tinha a dizer sobre seus sonhos de vida, ligados à ciência e à pesquisa. Gostava tanto de estudar que fez um pequeno candelabro de barro para usar à noite e poder estudar escondido. Neste setênio já lia os clássicos em grego e latim.

Hahnemann não seguiu a tradição de sua família de artistas, mas tinha um certo talento artístico. Ele enfeitava seus cadernos de estudo e suas cartas com desenhos, e tinha um senso de humor demonstrado quando assinava seu nome através de um desenho de um galo com o sufixo “-emann” (“Hahn” significa galo em alemão).

A primeira infância de Hahnemann

Nasci em 10 de abril de 1755, no eleitorado da Saxônia, uma das mais bonitas regiões da Alemanha. É uma das razões do meu grande amor pelas maravilhas da natureza.”

Há poucas informações relativas à primeira infância de Hahnemann, sendo a maior parte delas proveniente de sua autobiografia.

Nasceu em Meissen, em 10 de abril de 1755, pouco antes da meia-noite. Meissen fazia parte da Saxônia, na Alemanha ainda não unificada, região fronteiriça à Europa Eslava, e contava então com cerca de quatro mil habitantes. Esta região tinha tradição metalúrgica e alquímica, devido às minas de prata, chumbo e zinco. Nesta região brota o rio Elba, e suas principais cidades são Leipzig e Dresden. Foi também nesta região que Martinho Lutero iniciou a Reforma Protestante. E é importante ressaltar que Hahnemann nunca irá afastar-se desta região ao longo do rio Elba enquanto residir na Alemanha.

O menino Samuel foi levado à Igreja Luterana logo na manhã do dia 13 de abril para ser batizado, pois era muito frágil e esperava-se o pior. A parteira apadrinhou-o, após um parto muito difícil. Recebeu o nome Christian Frederico Samuel Hahnemann, mas sempre foi chamado de Samuel, para não confundir com o nome do pai. Hahnemann é o terceiro de cinco filhos, Carlota (nascida em 1752), Carlos Geraldo (1754), o próprio Samuel (1755), Augusto (1757) e Benjamina (1759), que era carinhosamente chamada de ‘Minna’ por toda a família.

Sua mãe é meiga e atenciosa. Seu pai tem um lema sempre repetido: “Agir e ser sem aparecer.” Sua mãe e seu pai assumem a educação dos filhos, ensinando-lhes a ler, escrever, calcular. Mostram-lhes as belezas da natureza nos arredores de Meissen. São criados sob os preceitos da religião luterana. Seu pai usa um método especial para educar os filhos. Leva os meninos para a fábrica e deixa as meninas com a mãe. Enquanto pinta, dá-lhes um ou dois pensamentos para que possam meditar sobre eles. Depois, recolhe suas reflexões e as comenta. Com isso, molda o espírito de independência e o sentido crítico das crianças. Christian Hahnemann era um pai severo que não permitia que os filhos usassem expressões vulgares em seu linguajar, apesar de Hahnemann afirmar posteriormente que interessava-se pela forma de falar das pessoas simples de Meissen.

Sua saúde é muito frágil, e esta fragilidade o acompanhará por muitos anos. Aos 6 anos, perde seu irmão imediatamente mais velho, Geraldo, que estava com 7 anos, assim o menino Samuel passa a ser o primogênito entre os meninos da casa, o que lhe traz responsabilidades em relação a ajudar no sustento da família.

Este primeiro setênio do menino Samuel afeta a família Hahnemann de forma especial devido à Guerra dos Sete Anos, iniciada em 1756, em que a Prússia e a Áustria disputaram a região da Silesia. Meissen foi invadida pelos prussianos, auxiliados e insuflados pelos ingleses, e saquearam o que ali se produzia de melhor, a porcelana e os tecidos, trazendo anos de dificuldade financeira para todos os seus habitantes.

Quem foram os ancestrais de Hahnemann

Avô paterno: Christoph Hahnemann, era pintor de porcelana, tinha um irmão chamado Christian Hahnemann. Viveu em Lauchstedt, na Saxônia, onde chegou em 1707. Era uma cidade muito pequena, com cerca de 1000 habitantes, de hábitos rurais, que servia como local de veraneio dos Duques da Saxônia. Eles eram pessoas destacadas na cidade. Ele teve sete filhos, 3 meninos e 4 meninas. Christoph e seu irmão, por serem pintores de porcelana e aquarelistas, mudaram-se para Meissen para trabalhar na Manufatura Real de Porcelana, como pintores decorativos. Esta foi a profissão também seguida pelo pai de Hahnemann.

Pai: Christian Gottfried Hahnemann, nasceu em Lauchstedt, em 24 de julho de 1720, onde viveu por 14 anos. Casou-se aos 28 anos com Johanna Eleonora Deeren, filha única do alfaiate da corte, em 1748, em Meissen, onde também era pintor de porcelana. Nove meses após casado, sua esposa morreu após dar a luz a gêmeas, sendo que uma nasceu morta e a outra morreu após nove meses. O pai de Hahnemann torna-se um homem fechado, carrancudo, viúvo aos 29 anos. Em 1750, casou-se novamente, com Johanna Christiana Spiess. Compra uma casa grande em Meissen e leva uma vida próspera. Escreveu um pequeno livro sobre aquarela. Também seu irmão mais novo era pintor de porcelana. Tinha um lema e o ensinou aos filhos: “Ser e agir sem ostentação.”

Mãe: Johanna Christiana Spiess, era filha única de um capitão que estava temporariamente prestando serviço em Meissen.

Christian Friedrich Samuel Hahnemann

A vida de Hahnemann comporta algumas peculiaridades que devem ser observadas antes de descrevê-la pormenorizadamente. Em primeiro lugar, Hahnemann viveu mais de 88 anos, o que era extremamente raro no século XVIII. Ele nasceu em 1755 e faleceu em 1843, tendo passado a maior parte deste tempo na Alemanha, que não era um país unificado, mas um amontoado de cidades-estado que frequentemente enfrentavam-se em disputas de poder, e que depois foram todas dominadas por Napoleão e seu exército. Nos últimos anos de sua vida ele desfrutou da fama e expandiu o nome da Homeopatia em Paris, à época a cidade mais importante culturalmente no mundo, o farol para onde todas as mentes em busca de conhecimento e novidades voltavam-se avidamente.

Esta é a história de um homem que criou uma ciência de curar eficaz, rápida e segura, partindo unicamente de fatos, os quais ele observava atentamente para só depois deles extrair hipóteses e teorias. É a história de um homem obstinado, quase arrogante, que não se curvou ao senso comum nem para evitar a fome sua e de sua numerosa família. Um homem que defendeu arduamente o ideal de curar sem prejudicar, contra uma classe médica irada que não podia aceitar que este médico de origem humilde fosse ensinar-lhes uma nova arte e ciência de curar. Um homem que até seus últimos dias cuidou de aprimorar seu legado maior à Humanidade, a Homeopatia. Hoje a Homeopatia sobrevive e expande-se pelo mundo todo, mas nada disso teria ocorrido se seu visionário fundador tivesse sido mais complacente com seu pares da época. O ódio que os seus opositores lhe nutriram abertamente em vida, hoje foi amplamente sobrepujado pelo amor e gratidão de milhões de médicos homeopatas e pacientes beneficiados pela Homeopatia.

Eu sou grato em primeiro lugar por ser um médico homeopata e, em segundo lugar, por ter tido a oportunidade de fazer este estudo da vida deste grande mestre da humanidade, um homem muito à frente do seu tempo, talvez à frente até do nosso tempo, que captou a essência da matéria e a entregou a nós todos de forma metódica para que possamos perpetuar seu trabalho de trazer saúde verdadeira a nossos irmãos e irmãs que sofrem as mais diferentes mazelas do corpo e da alma. Em sua lápide ele mandou escrever: Non inutilis vixi (Não vivi em vão). Como se houvesse alguma dúvida… Muito obrigado, Christian Friedrich Samuel Hahnemann.

Marcelo Guerra

A vida de Hahnemann – A Família

Avô paterno: Christoph Hahnemann, era pintor de porcelana, tinha um irmão chamado Christian Hahnemann. Viveu em Lauchstedt, na Saxônia, onde chegou em 1707. Era uma cidade muito pequena, com cerca de 1000 habitantes, de hábitos rurais, que servia como local de veraneio dos Duques da Saxônia. Eles eram pessoas destacadas na cidade. Ele teve sete filhos, 3 meninos e 4 meninas. Christoph e seu irmão, por serem pintores de porcelana e aquarelistas, mudaram-se para Meissen para trabalhar na Manufatura Real de Porcelana, como pintores decorativos. Esta foi a profissão também seguida pelo pai de Hahnemann.

Pai: Christian Gottfried Hahnemann, nasceu em Lauchstedt, em 24 de julho de 1720, onde viveu por 14 anos. Casou-se aos 28 anos com Johanna Eleonora Deeren, filha única do alfaiate da corte, em 1748, em Meissen, onde também era pintor de porcelana. Nove meses após casado, sua esposa morreu após dar a luz a gêmeas, sendo que uma nasceu morta e a outra morreu após nove meses. O pai de Hahnemann torna-se um homem fechado, carrancudo, viúvo aos 29 anos. Em 1750, casou-se novamente, com Johanna Christiana Spiess. Compra uma casa grande em Meissen e leva uma vida próspera. Escreveu um pequeno livro sobre aquarela. Também seu irmão mais novo era pintor de porcelana. Tinha um lema e o ensinou aos filhos: “Ser e agir sem ostentação.”

Mãe: Johanna Christiana Spiess, era filha única de um capitão que estava temporariamente prestando serviço em Meissen.

A Vida de Hahnemann – Introdução

A vida de Hahnemann comporta algumas peculiaridades que devem ser observadas antes de descrevê-la pormenorizadamente. Em primeiro lugar, Hahnemann viveu mais de 88 anos, o que era extremamente raro no século XVIII. Ele nasceu em 1755 e faleceu em 1843, tendo passado a maior parte deste tempo na Alemanha, que não era um país unificado, mas um amontoado de cidades-estado que freqüentemente enfrentavam-se em disputas de poder, e que depois foram todas dominadas por Napoleão e seu exército. Nos últimos anos de sua vida ele desfrutou da fama e expandiu o nome da Homeopatia em Paris, à época a cidade mais importante culturalmente no mundo, o farol para onde todas as mentes em busca de conhecimento e novidades voltavam-se avidamente.

Esta é a história de um homem que criou uma ciência de curar eficaz, rápida e segura, partindo unicamente de fatos, os quais ele observava atentamente para só depois deles extrair hipóteses e teorias. É a história de um homem obstinado, quase arrogante, que não se curvou ao senso comum nem para evitar a fome sua e de sua numerosa família. Um homem que defendeu arduamente o ideal de curar sem prejudicar, contra uma classe médica irada que não podia aceitar que este médico de origem humilde fosse ensinar-lhes uma nova arte e ciência de curar. Um homem que até seus últimos dias cuidou de aprimorar seu legado maior à Humanidade, a Homeopatia. Hoje a Homeopatia sobrevive e expande-se pelo mundo todo, mas nada disso teria ocorrido se seu visionário fundador tivesse sido mais complacente com seu pares da época. O ódio que os seus opositores lhe nutriram abertamente em vida, hoje foi amplamente sobrepujado pelo amor e gratidão de milhões de médicos homeopatas e pacientes beneficiados pela Homeopatia.

Eu sou grato em primeiro lugar por ser um médico homeopata e, em segundo lugar, por ter tido a oportunidade de fazer este estudo da vida deste grande mestre da humanidade, um homem muito à frente do seu tempo, talvez à frente até do nosso tempo, que captou a essência da matéria e a entregou a nós todos de forma metódica para que possamos perpetuar seu trabalho de trazer saúde verdadeira a nossos irmãos e irmãs que sofrem as mais diferentes mazelas do corpo e da alma. Em sua lápide ele mandou escrever: Non inutilis vixi (Não vivi em vão). Como se houvesse alguma dúvida… Muito obrigado, Christian Friedrich Samuel Hahnemann.