O sentido da vida apresenta-se de duas formas, uma mais imediata e uma mais transcendental, e ele manifesta-se pela vocação, que é uma palavra derivada da palavra “voz”. A vocação, portanto, é um chamado para uma tarefa a ser realizada no presente, mas que aponta para o futuro.
Em determinados momentos da vida, ouvimos internamente um chamado, assim como nos contos de fadas e nos mitos. Como reagimos ao chamado? Nos lançamos à aventura de viver o destino que trazemos impresso em nosso eu interior ou fingimos que não o ouvimos e, com medo do desconhecido, nos fechamos em padrões de comportamento aos quais já nos habituamos, mesmo que não sejam agradáveis, mas pelo menos já estamos acostumados a eles?
A filosofia e a ciência, desde o início da Renascença têm se esforçado para fazer crer que não existe um sentido transcendental para o ser humano. Provavelmente como reação aos abusos cometidos na Idade Média em nome de Deus, cujo nome foi usado para justificar toda sorte de explorações e absurdos.
O rápido desenvolvimento tecnológico que começou no século XX nos faz sentirmo-nos parte de uma engrenagem, que funciona por si mesma e que não possui um sentido transcendente. Qual a conseqüência disso? A depressão, a superficialidade das relações, o vazio existencial. Afinal, se eu sou apenas uma parte de um mecanismo, eu posso ser substituído sem prejuízos para tal mecanismo. É para isto que eu sirvo? O ser humano enquanto indivíduo, enquanto ser único, imbuído de uma missão de vida, imbuído de qualidades únicas, ficou relegado a um segundo plano, talvez terceiro ou quarto.
E, no entanto, o ser humano sofre! Sofre por não perceber o sentido maior de sua vida. O resgate deste sentido, desta missão, deste destino, é hoje prioridade para o homem, para que possa alcançar maior realização em sua vida e levar felicidade e realização à vida dos outros.
O Sentido da Vida
A existência do livre-arbítrio é o motivo pelo qual nossa vida é findável, pois o livre-arbítrio gera muitos conflitos entre os seres humanos e uma vida eterna conflituosa não seria condizente com a perfeição do Criador.
Deus poderia criar seres complexos que vivessem sem conflitos, porém sem capacidade criativa, robôs.
As células dos seres vivos ao se multiplicarem para se renovar vão se oxidando, e como conseqüência envelhecemos e morremos. Sabemos que Deus poderia criar células inoxidáveis ou outra forma de vida que nem imaginamos, mas veremos que é necessário que os seres ainda não possam viver para sempre, porque esta existência é apenas uma etapa da criação, que é analisada por Deus e quem sabe por outras inteligências, que coletam dados sobre tudo o que acontece, tudo o que é pensado e sentido, para que possam recriar nosso mundo de forma que haja muito mais harmonia no relacionamento entre as criaturas, para que a vida possa ser eterna para cada um de nós.
A bíblia católica diz que haverão dois “reinos”: Um onde o sentimento de amor ao semelhante é vivenciado plenamente e outro sem amor, adequado a determinados perfis psicológicos.
As pessoas cuja estrutura psíquica não aceita ou não se harmoniza com o sentimento de amor ao semelhante, de maneira satisfatória, viverão longe da presença do Criador, não por vontade Dele, mas das próprias criaturas. Estas são as que encaram a vida como uma competição onde se “devora” ou se é “devorado”.
Quem criou pode recriar e certamente o fará, pois qual artífice não quer levar sua obra à perfeição?
Além do desenvolvimento tecnológico acho que o próprio ser humano (a sociedade) é responsável por essa falta de sentido atual, pelas relações superficiais e etc. Há quem só encontra “sentido” no ter, no status e no consumismo. Só que essas coisas não trazem sentido algum e essas pessoas acabam vivendo uma vida vazia, fria, robótica,”dentro do padrão”, e ao mesmo tempo sofrida, como você disse no último parágrafo. Só que elas não admitem e/ou não percebem. Talvez o percebam quando já estão em seu leito de morte. Eu olho pro lado e vejo pessoas vazias, sejam ricas ou pobres, todas querem apenas ter , ter e ostentar, cada vez mais egoístas e que não se importam com o próximo, como o Bruno citou no seu comentário. Dá um desânimo…