Arquivo da categoria: autodesenvolvimento

Workshops de Terapia Biográfica em abril e maio

Existem várias formas de iniciação, baseadas em ensinamentos de diversos mestres e tradições, mas nenhuma tão sensível a realizar mudanças em nossas vidas quanto a compreensão da própria biografia. Este é o significado de “resgatar o passado”, obter o entendimento da história que vivemos até agora, para perceber que o nosso comportamento hoje é determinado em grande parte por esta história, que não pode ser mudada, mas compreendida. Neste ponto, o momento presente deixará de ser governado por padrões de comportamento nem sempre agradáveis.
Viver o presente muitas vezes pode significar repetir padrões criados no passado. Esses padrões são inconscientes e geralmente nos damos conta deles justamente quando olhamos para trás. Vemos várias situações que, no momento em que aconteceram, pareciam tão originais, revelarem-se as mesmas, mas com personagens diferentes. Resgatar o passado é justamente tirar a sua vida de lá e trazê-la para o presente, deixando de ser refém do que passou, repetindo padrões que já não cabem mais.
A Terapia Biográfica enfatiza a responsabilidade pessoal pela própria vida. Longe da ideia do “homem que se faz sozinho”, mostra que é preciso também reconhecer as ajudas que recebemos (mesmo quando elas vieram disfarçadas de obstáculos no caminho). Devemos ter consciência do que conquistamos por nossas iniciativas.  Desta maneira, a sua própria história torna-se o seu grande mestre. E assim você pode viver o agora plenamente!
É preciso perceber e separar os galhos da árvore da sua vida que ainda podem frutificar daqueles que precisam ser podados, para que o restante da árvore readquira o vigor. A Terapia Biográfica ajuda nesse processo. Ela é fruto dos tempos em que vivemos, em que cada um de nós busca compreender-se melhor como indivíduo e afirmar seu papel na comunidade em que vive.
A síntese da programação é a seguinte:
  • informação sobre as fases da vida, as leis biográficas;
  • contato com o próprio corpo: danças circulares;
  • contato com o inconsciente: atividades artísticas (aquarela e colagem, a princípio), conto de fadas;
  • reflexão individual: a escrita da vida;
  • reflexão em grupo: contando a própria história;
  • eu hoje: identificando a minha pergunta;
  • pensando o amanhã: projetando metas para a minha vida.

Coordenação:

Rosângela Cunha

Psicóloga, Gestalt-terapeuta e Terapeuta Biográfica

Marcelo Guerra

Médico Homeopata e Terapeuta Biográfico
Formados pela  Escola Livre de Formação Biográfica de Minas Gerais
(Membro do International Trainers Forum em conexão com a General Anthroposophical Section of the School of Spiritual Science do Goetheanum – Dornach/Suiça.)

Locais, datas e preços:(Os preços incluem hospedagem em quartos individuais, com alimentação completa durante o período do workshop, os materiais utilizados, os custos com divulgação e os honorários dos coordenadores.)

Em Itatiba (SP), na Fazenda Pereiras, de 29 de abril a 2 de maio de 2010.

R$900,00 ou 4XR$225,00
Preço especial para quem se inscrever até 15 de março de 2010: R$800,00 ou 4X R$200,00

Em Juiz de Fora, no Seminário da Floresta, de 13 a 16 de maio de 2010.

R$1050,00 ou 4XR$262,50

Preço especial para quem se inscrever até 28 de fevereiro de 2010: R$800,00 ou 4X R$200,00

Preço especial para quem se inscrever até 15 de abril de 2010: R$900,00 ou 4X R$225,00

Escreva para rosangela@terapiabiografica.com.br ou marceloguerra@terapiabiografica.com.br para mais informações. Ou ligue para falar com um de nós:

(11)6463-6880, (21)7697-8982 ou (22)9254-4866, Marcelo
(32)8887-8660 ou (31)8532-2217, Rosângela
VAGAS LIMITADAS A 10 PARTICIPANTES POR WORKSHOP
Reservamo-nos o direito de não oferecer o workshop, caso não haja número mínimo de inscritos.

Workshop de Natal

<p style=”text-align: left;”><a rel=”attachment wp-att-464″ href=”http://daoterapias.com.br/2009/09/30/biografico-de-natal/bionatal/”><img title=”bionatal” src=”http://daoterapias.com.br/wp-content/uploads/2009/09/bionatal.jpeg” alt=”bionatal” width=”400″ height=”354″ /></a></p>

<p style=”text-align: left;”><span style=”color: #ff0000;”>A festa de Natal é universal, calorosa, envolvente e carregada de magia. É uma época em que somos envolvidos em luz e no desejo de encontrar pessoas queridas esquecidas no corre-corre da vida. Mesmo aqueles que contestam o simbolismo importado: neve, trenós, Papai Noel pronto para enfrentar um rigoroso inverno além do consumismo tão marcante, muitas vezes acabam sendo envolvidos pela simbologia sagrada, pelos sentimentos de renovação e pela celebração da vida.
O Biográfico de Natal tem por objetivo, resgatar os valores essenciais deste momento que acontece há mais de 2000 anos e proporcionar aos participantes a oportunidade de investigar os valores, as memórias biográficas, o nascimento, a luz que guia, e que pode ser renovada em nosso espírito.</span>
<span style=”color: #008000;”>Será no período de 3 a 6 de dezembro de 2009 no Retiro das Rosas, em Ouro Preto/MG.
Coordenação:
• Ana Maria Lucchesi, psicóloga e terapeuta biográfica
• Marli Ribeiro, pedagoga e terapeuta biográfica
• Rosângela Cunha, psicóloga e terapeuta biográfica
• Marcelo Guerra, médico e terapeuta biográfico</span>
<p style=”MARGIN-BOTTOM: 0cm; FONT-WEIGHT: normal” align=”left”><span style=”FONT-FAMILY: Gill Sans MT, sans-serif”><span style=”FONT-SIZE: medium”><span style=”color: #008000;”>(</span><a href=”http://www.formacaobiograficamg.com/” target=”_blank”><span style=”color: #008000;”>Formação Biográfica – Minas Gerais – Escola Livre de Formação Biográfica</span></a></span></span></p>

<span style=”color: #008000;”>Membro do International Trainers Forum em conexão com a General Anthroposophical Section of the School of Spiritual Science do Goetheanum – Dornach/Suiça.)</span>
<div><span style=”color: #008000;”></span></div>
 

<span style=”color: #008000;”>
<p style=”text-align: left;”>Preço: R$960,00 ou 4X R$240,00 (a inscrição é efetivada com o depósito da 1a parcela)</p>

<p style=”text-align: left;”>Escreva para <a href=”mailto:santana@terapiabiografica.com.br”>santana@terapiabiografica.com.b</a>r ou <a href=”mailto:marceloguerra@terapiabiografica.com.br”>marceloguerra@terapiabiografica.com.br</a> para mais informações. Ou ligue para falar com um de nós:
(21)7697-8982, (11)6463-6880 ou (22)9254-4866, Marcelo
(32)8887-8660 ou (31)8532-2217, Rosângela

 

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<p style=”text-align: center;”><strong><span style=”color: #ffcc00;”>VAGAS LIMITADAS</span></strong></p>

O MESTRE ECKHART: MÍSTICA E ESCOLÁSTICA

Mestre Eckhart
Também na alta escolástica, espiritualidade do intelecto e do coração — a mística, andam juntas. E esta não é, como muitas vezes se crê, um domínio totalmente diferente, mas algo de conexo e aparentado. Assim, se as Sumas desenvolvem mais largamente só o método racional, isso o foi por motivos didáticos e não significa não fosse possível, na realidade, uma unidade viva entre pensamento conceptual e sentimento religioso. Exatamente com Echardo, o místico por excelência, pode-se ver como “’escolástica. e mística em substância concordam” (B. Seeberg). Para conhecermos a escolástica devemos conhecer Echardo, e para conhecermos Echardo é mister conhecer a escolástica.

V i d a

Mestre Echardo (Meister Eckhart — 1260-1327), originário dos Echardos de Hackheim, foi membro da ordem dominicana, estudou em Paris, veio a ser Mestre em teologia, ocupou mais tarde uma posição de relevo na sua ordem visitando, por isso, vários conventos. Nessa ocasião fez aquelas prédicas que o celebrizaram e contribuíram para o desenvolver-se de um novo movimento místico. Por curto tempo ensinou em Paris e, ao fim de sua vida, também em Colônia. Nos últimos anos levantaram-se dúvidas sobre a ortodoxia, em matéria de fé, dos seus escritos. Eram procedentes, parte, dos franciscauos, parte, da sua própria ordem. O arcebispo de Colônia dirigiu o processo eclesiástico contra ele. Echardo defendeu-se e apelou ao Papa (o escrito da defesa foi descoberto e é rico de informações sobre a conduta do Mestre). Dois anos depois da sua morte teve, não obstante o processo, lugar a condenação de 2S teses da sua doutrina. A Igreja na sua sentença reconheceu expressamente ter sido o Mestre bona fide Nenhuma resistência ofereceu Echardo contra a Igreja.   No  escrito  da sua defesa  está dito:   “Tudo quanto nos meus escritos e palavras é falso, sem ter eu disso ciência, estou sempre pronto a ceder a um melhor sentido… Pois errar posso eu, mas ser herege, isso não o posso; pois errar é do intelecto, mas ser herege é por vontade”.

Obras

A maior parte das obras de Echardo são em latim e versam questões teológico-filosóficas. A obra principal é o incompleto Opus tripartitum. Vêm depois as Quaestiones Parisienses. Muita cousa ainda está inédita. Enquanto não se publicar tudo não se pode fazer juízo definitivo sobre Echardo. Entre as obras em alemão se colocam em primeiro lugar as suas Prédicas. Conservam-se em cópias. — Edições: J. Quint, Die Überlieferung der deutschen Predigten Meister Eckharts (1932). A edição de Pfiffer (1857) é defeituosa. A tradução von Büttner é reconhecidamente má. Em via de publicação: Magistri Echardi. opera latina. Ed. Instit. S. Sabinae in urbe, Leipzig (1934 ss.); e Meister Eckhart. Die lateinische und deutschen Werke, Ed. feita por ordem da Deutsche Forschungsgemeinschaft, Stuttgart (1936 ss.).

Bibliografia

O. Karrer, Meister Eckart. Das System seiner religiösen Lehre und Lebensuceisheit. Textbuch aus den gedruckten Quellen, mit Einführimg (1926). M. Grabmann, Neu aufgefundene Pariser Quaestionem Meister Eckharts und ikre Stellung in seinem geistigen Entwicklungs-gange. (Abhandlugen der Bayr. Akad. der Wissenschaften, München, 1927). G. Della Volpe, II misticismo speculativo di maestro Eckhart nei suoi rapporti storici (1930). Al. Dempf, Meister Eckhart (1934). Herma Piesch, Meister Eckharts Ethik (1985). W. Bange, Meister Eckarts Lebre vorn gòttlicheii und geschopflichen Seiti (1987). H. Eeelixg, Meister Eckharts Mystik (1947). Studien num Mythus des 20. Jahrhunderts   (1934).

a)    Bases   espirituais

?) Neoplatonismo. — É necessário, sobretudo com Echardo, indicar as bases do seu pensamento. É, primeiro, o neo-platonismo e o seu círculo de idéias, como Echardo o recebeu dos  Padres,  sobretudo  de  Agostinho,  do  PseudoDionísio,  de Máximo Confessor; e, depois, de Eriúgena, da escola de Chartres, da filosofia árabe, do Liber de causis, do de intelligentiis e, mais que tudo, de Alberto e da sua escola.

?) A escolástica. — Mas tão decisivo, ao menos, para o pensamento de Echardo é a teologia escolástica, principalmente Tomás de Aquino. Basta lançar um olhar sobre os lugares aduzidos no Textbuch de Karr, para logo verificar essa influência, pelas muitas citações de Tomás. Também o Comentário das Sentenças, reeém-descoberto por .T. Ivoch, move-se nessa mesma linha. Muita cousa, que intérpretes mal informados de Echardo tomaram como panteísmo e arrogância nórdica, é patrimônio da doutrina escolástica da Trindade, da graça e da especulação sobre o togou que, passando pelos Padres, se estende até Pilo Judeu.

?) A mística. — E finalmente Echardo vive da mística, dos Victorinos, de Roberto de Deutz, Bernardo de Claraval. Também daquela coerente mística que, nos claustros alemães dos sécs. 12 e 13, constituíram um intensíssimo movimento espiritual, e de que são representantes notáveis Hildegarda de Bingen, Gertrudes a Grande, Matilde de Magdehurgo, Matilde de Hackeborn e outras. Conforme o mostra o projeto de reforma franciscana, no concilio lugdunense de 1274, esses círculos místicos sempre se ocuparam com a especulação escolástica. A influência de Echardo, nos claustros de religiosas, não foi a única a propulsionar essas aspirações. Sabemos, pelas obras dos místicos alemães, recém-descobertas por Grabmann, que também João de Sterngassen, Gerardo de Sterngassen, Nicolau de Estrasburgo e as suas místicas se fundam em Tomás. Aqui a escolástica, que penetra essa mística, não é, como se pensou, um “rolo laminador que esmagou o sentido religioso até laminá-lo e extingui-lo”.

b)    Deus

?) Deus como pensamento puro. — Na doutrina de Deus Echardo sobretudo põe em relevo que, sobre Deus, sempre devemos dizer antes o que ele não é, que o que é. Por isso o designa como puro de qualquer elemento criado. Como o diria um absoluto idealista? Mas também Aristóteles, que Echardo conhece muito bem, assim caracterizou Deus; e Tomás diz igualmente que em Deus intelecto e essência se identificam; e para Alberto Deus é o intellectus universalites agens, produzindo, como tal, a primeira Inteligência. Donde o poder dizer Echardo, como o prólogo do Evangelho de S. João, que, pelo Verbum, que é um verbum mentis, tudo foi feito. Por onde se vê que as atribuições da teologia negativa, como já o tinha percebido o PseudoDionísio, encerram contudo um conhecimento de valor positivo.

?) Deus como plenitude do ser. — Deus é, assim, a plenitude do ser; todo ser dele procede. “É sem dúvida o terem dele o ser todos os seres, como tudo quanto é branco pela brancura o é” (Qu. Par. pág. 11, Meiner). Ou: “Deus tudo criou, não no sentido de as criaturas existirem fora ou ao lado dele, como se dá com as obras dos artífices; mas Deus chamou todas do nada, do não-ser, para o ser, de modo que todas nele o achassem, recebessem e tivessem”’ (1. c. 16).

??) O ser como idéia. — Agora vemos em que sentido Deus é a plenitude do ser: ele encerra as idéias de todos os seres; criando-os, cria o ser e, em tanto, é imanente ao ser. Aqui revive a velha doutrina das Idéias, mas sem ter a imanência nenhuma acepção panteísta. As Idéias existem por participação e é muito exato que o ser colocado no espaço e no tempo o é por participação. Pelo que acaba de ser dito se conclui que Deus é pensamento e pensar, não ser; pois, é o Logos, expressivo das idéias, ao passo que “ser” deve designar o criado. Mas se se tomar o “ser” pela essência metafísica, pela Idéia das cousas, então Deus, como a origem e a plenitude das Idéias, é o ser absoluto e, nesse sentido, Echardo designa Deus como o ser (1. c. 7, 17).

??) As Idéias e o Filho de Deus. — O pensamento predileto de Echardo é o de identificar as Idéias com o Filho de Deus. “Ele é o Verbo do Pai. Com a mesma palavra o Pai se exprime a si mesmo, toda a natureza divina e tudo o que Deus é, assim como o conhece e o conhece tal como ele é… Exprimindo o Verbo, exprime-se a si mesmo e todas as cousas numa outra Pessoa e lhe dá a mesma natureza que ele já tem; e exprime todos os espíritos dotados de razão, nesse verbo, como a imagem, i. é. o, de conformidade com a Idéia, essencialmente igual, na medida em que a imagem e interior, imanente”  (1. Pred., ed. Quint, pág. 15, 9).   Aqui há um certo vacilar do pensamento; pois Eckhardo, continuando, acentua fortemente o ser criado da Idéia, a sua “iluminação”, portanto a sua participação. (Também no Areopagita o pensamento da participação serve para exprimir o ens ab alio). Mas o Filho, segundo a teologia de Echardo, não pode ser criado. Ora, tomando-se a filiação das Idéias literalmente, como os teólogos escolásticos estavam habituados a fazê-lo, surge logo o perigo de dissipar-se a distinção entre Deus e o mundo. Mas talvez não se deve tomar em sentido literal o que foi intencionado apenas como imagem e com o fim especial de o tornar sensível.

?) A existência de Deus. — Podemos tocar com as mãos o platonismo cristão do nosso Mestre, quando indaga se Deus existe. A sua resposta é a seguinte: “O ser é o ser de Deus” (esse est essentia Dei sive Deus; igitur Deum esse, verum aeternum est; igitur Deus est: Quaest. Par.; pág. 14, 1 ss.). Assim como as cousas brancas não são brancas sem a brandira, assim as cousas existentes não existem sem Deus (13, 10). Sem ele o ser seria nada. Ainda uma vez, isto não é panteísmo, mas a aplicação ao mundo existente da idéia da ???????. Mas como? De um lado adverte Echardo, apoiado na teoria das Idéias, que as cousas existem em Deus e Deus nelas, só quanto ao seu ser “essencial”, i. é, ideal, exemplar. Mas agora ouvimos que também o ser espácio-temporal participa de Deus; pois, quando fala da existência é isso o que pensa. Mas de fato não é assim; mas então de novo faz ele realçar nas cousas o ser essencial, ideal ou propriamente ser e, neste sentido, Deus lhes é imanente. Vê ele o mundo com os olhos de Platão. E quando pensa no ser colocado no espaço e no tempo, como tal, dá-lhe então claramente o nome de criatura, e esta é “mortal”.

c)    O    bem

?) Fim da Ética. — Echardo revela bem o que é quando vem a tratar de questões éticas. O que neste domínio ensina é uma doutrina da perfeição cristã; e o que aí sobretudo lhe importa é impregnar a vida desse ideal, a tal ponto, que se torna por sua vez gerador de vida. Quer ele ser mestre não de ler, mas de viver. A prática lhe é mais importante que a teoria.    “Assim, é melhor dar de comer a quem tem fome, do que entregar-se a uma prolongada contemplação interna. E fosse alguém arrebatado como S. Paulo e soubesse de um doente necessitado do seu auxílio, eu julgaria muito melhor que deixasse por amor o êxtase e servisse o necessitado com amor tanto maior”. O seu pensamento é aqui uníssono com o do seu grande confrade Tomás de Aquino: “S. Tomás ensina que sempre o amor ativo vale mais que o contemplativo, quando o amor ativo dissemina o que colheu na contemplação” (Karrer, 1. c. 390 ss.).   A ética de Echardo obedece ao lema —   “unidade com o ser uno”. Isto quer dizer participação amorosa e cognitiva do supremo bem e da sua perfeição. Praticamente significa conformidade do nosso pensamento e vontade com Deus. Evidentemente, por amor do supremo bem e da perfeição objetiva como tal. Echardo é um moralista de intenção normativa e não precisa ser purificado da tacha de nenhuma moral interessada.

?) Via para a perfeição. — A via para esta unidade é a do nascimento de Deus no homem. Esta idéia muitas vezes versada é a idéia central de toda a filosofia do Mestre. Podemos distinguir um duplo nascimento.

??) O nascimento de Deus como morada do Espírito Santo. — Uma não é outra, senão o que a teologia escolástica sempre denominou a habitação do Espírito Santo na alma do justo. A doutrina da graça já tinha, apoiada na Bíblia, assinalado que a graça de Cristo nos torna filhos de Deus, templos do Espírito Santo, onde Deus tem a sua morada; a expressão para o significar, de que agora Echardo se serve é “ser nascido”. Como este nascimento de Deus constitui uma doação e uma graça, não pode haver aqui nada de panteísmo.

??)    A geração  de Deus como geração íntima trinitária.

—   Mas Echardo conhece um segundo nascimento: é quando diz que a alma é o lugar desse nascimento divino que se processa e completa em Deus mesmo desde a eternidade. “O Pai gera o Filho como seu igual… Mas digo ainda mais: Ele o gerou na minha alma… Nesta geração espiram o Pai e o Filho o Espírito Santo… Tudo o que o Pai pode realizar ele gera no Filho a fim de o Filho o gerar na alma… Assim a alma se torna uma divina morada da eterna divindade” (Pfeiffer, 205, 165, 215).   Mas se esta geração trinitária íntima se consuma na minha alma, então Echardo acrescenta conseqüentemente: “Eu sou uma causa de Deus ser o que é; pois se eu não existisse não existiria Deus” (PfeifFer, 2S3). Afirmação esta ótima a provocar uma errônea interpretação panteísta! Mas o em que Echardo pensa é na idéia de nós mesmos, no “modo não-gerado pelo qual somos eternos e devemos perdurar eternos” (1. c). “Pois se a criatura não existia em si mesma, como agora, é que existia antes do começo do mundo em Deus e na sua mente” (Pfeiffer, 488). Todas as cousas existem em Deus sob essa forma ideal de ser; mais imediatamente em Deus Padre: “No centro da Paternidade… existem todas as folhinhas de relva, a madeira e a pedra e todas as cousas” (PFeifFer, 332). Aqui reaparecem as praeconceptiones divinae, a “realidade preconcebida”, como se exprime Echardo na seqüela do PseudoDio-nísio; em suma, todo o mundus intelligibilis. E se Deus gera o Filho como seu Verbo, em quem ele se exprime com todas as realidades nele inclusas; ou, como “a imagem e, portanto, como o seu ser eterno que nela está, que é a sua forma permanente em si mesmo” (1. a), então somos “nós” evidentemente a causa de Deus. Mas essa cansa não é o nosso nós criado, senão a idéia do nosso eu existente na mente divina, nem mais nem menos do que nele existem todas as demais idéias constitutivas da essência de Deus. Nada disto nos deve admirar, pois tudo não passa de uma aplicação das especulações sobre o Logos, tradicionais desde Eilo. Para a ética de Echardo estas idéias assumem grande importância, pois delas resultam para cada homem uma imagem em Deus, um eu eterno e, melhor, um ego archetypus, nossa medida e nossa lei eterna. Isso debuxa um leito para a corrente dos atos do nosso ser pessoal e da nossa vida, que a reconduz ao oceano da divindade donde ela outrora derivou.

??) Scintilla animae. — Mas como se manifesta em nós esse mundo das idéias e do eu ideal existente no Verbo eterno? Echardo diz: temos um acesso imediato para ele na scintilla animae, ou castelo da Alma ou arca mentia, como também lhe chama. Muito se escreveu a este respeito, talvez muito inutilmente, o que também não é para admirar. Mas o decisivo nisso tudo é a idéia da participação. Echardo sabe o que há de divino no homem. Crê com Agostinho, que Deus nos é mais íntimo que nós mesmos. Esta palavra de Agostinho deveria ter sido a melhor elucidação da scintilla animae.

Mas Echardo conhece também a diferença entre o humano e o divino. Por isso declara ao escrito da sua defesa: Se a alma fosse apenas isso, então seria incriada. Mas participando de Deus, nela permanece o divino, a scintilla animae; é pois criada, por participar de Deus e não ser divina. Na linguagem do Aquinate isto quereria, mais rigorosamente, significar a Synteresis ou o habitus principiorum (cf. sup. 158 s.); na da filosofia moderna dos valores, o sentimento do valor. É esse o ponto em que o homem, meio-termo entre dois mundos, tem a consciência de ser algo pertencente a Deus por uma autêntica participação.

??) Cristo — Uma segunda e mais intuitiva via para o nosso melhor eu, Echardo a encontra em Cristo, em quem o Verbo se fez carne. Ambos esses caminhos também os trilharia o CUSANO, que os aprendeu de Echardo.

d)    I n f 1 u ê n c i a

Echardo veio a ser o que realmente queria ser — um mestre na vida. Suas idéias encontram acolhida no mais amplo círculo de pessoas. Sua ordem, evitando-lhe as proposições censuradas, prosseguiu, com muitos dos seus membros, na mesma linha do seu espírito. Os dois mais importantes foram os seguintes. JOÃO Tauder (+ 1361) em torno de quem se reuniram os amigos de Deus, seculares e regalares atraídos pela mística, sobretudo nós conventos renanos de religiosas; a sua força de vontade e de vida interior produziu ainda impressão sobre Lutero. Depois, Henríque Suso (+ 1366), o cantor da eterna sabedoria; nele especulação e sentimento mutuamente se fecundam, como é típico da mística escolástica. Na linha mística de EChardo se colocam além disto a Teologia alemã escrita por Lutero e as obras de João RUSbróquio (João van Ruysbroek) (+ 1381), cujo discípulo, Geegroote fundou a Congregação dos Irmãos da Vida Comum.  Num dos seus conventos, em Deventer, foi educado o jovem
NlCOLAU DE CUSA.    No  Século 19 FRANCISCO VON BaaDER de novo chamou   a  atenção  para   Echardo,   como   o  espírito  central da mística medieval.   Hegel então o exaltou como o herdeiro da especulação”’.   A descoberta das suas obras latinas por H. DeNifle rasgou novos horizontes para as investigações  modernas sobre ele.

Fonte:  HISTÓRIA DA FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA, Johannes HIRSCHBERGER

Biográfico Panorâmico em São Paulo

sao-paulo

O trabalho biográfico de base antroposófica busca clarear o sentido da vida, a missão de vida, através do resgate de fatos da vida. Entender a própria história permite transformar o presente, e viver em plenitude dentro da missão de vida que escolhemos para nós mesmos.

O trabalho biográfico lança mão de reflexão individual, resgatando os fatos do passado de cada um; da partilha desses fatos em grupo, onde muitas vezes o outro funciona como espelho; e através da arte, que é a forma de expressão pela qual o Eu interior melhor se expressa. Assim jogamos luz em nossas vivências, e percebemos como nosso destino se manifesta, para podermos fazer as mudanças necessárias em nossas vidas para agir de acordo com ele e sermos mais felizes e saudáveis.

A síntese da programação é a seguinte:

* informação sobre as fases da vida, as leis biográficas;
* contato com o próprio corpo: danças circulares;
* contato com o inconsciente: atividades artísticas (aquarela e colagem, a princípio), conto de fadas;
* reflexão individual: a escrita da vida;
* reflexão em grupo: contando a própria história;
* eu hoje: identificando a minha pergunta;
* pensando o amanhã: projetando metas para a minha vida.

Em São Paulo, de 6 a 9 de agosto de 2009, no Centro Paulus, em Parelheiros.

Centro Paulus

Coordenadores:

  • Rosângela Cunha

Psicóloga, Gestalt-terapeuta e Terapeuta Biográfica

  • Marcelo Guerra

Médico Homeopata e Terapeuta Biográfico

Escreva para santana@terapiabiografica.com.br ou marceloguerra@terapiabiografica.com.br para mais informações. Ou ligue para falar com um de nós:

(11)3070-8982, Marcelo (deixe mensagem de voz com seu número, se estiver indisponível no momento)

(32)8887-8660, Rosângela

Investimento:  R$1240,00 ou 4x R$310,00;

A confirmação da inscrição é feita mediante o depósito da primeira parcela. O preço inclui os honorários, o material a ser usado nas vivências, a hospedagem em apartamento individual com alimentação completa durante o período do workshop, e os custos com a divulgação.

Curso de Biografia Pessoal em Juiz de Fora

Munch 4 ages

O trabalho biográfico de base antroposófica busca clarear o sentido da vida, a missão de vida, através do resgate de fatos da vida. Entender a própria história permite transformar o presente, e viver em plenitude dentro da missão de vida que escolhemos para nós mesmos.

O trabalho biográfico lança mão de reflexão individual, resgatando os fatos do passado de cada um; da partilha desses fatos em grupo, onde muitas vezes o outro funciona como espelho; e através da arte, que é a forma de expressão pela qual o Eu interior melhor se expressa. Assim jogamos luz em nossas vivências, e percebemos como nosso destino se manifesta, para podermos fazer as mudanças necessárias em nossas vidas para agir de acordo com ele e sermos mais felizes e saudáveis.

Em Juiz de Fora, de 20 a 23 de agosto de 2009, no Seminário da Floresta.

Coordenadores:

  • Rosângela Cunha

Psicóloga, Gestalt-terapeuta e Terapeuta Biográfica

  • Marcelo Guerra

Médico Homeopata e Terapeuta Biográfico

(Formação Biográfica – Minas Gerais – Escola Livre de Formação Biográfica
Membro do International Trainers Forum em conexão com a General Anthroposophical Section of the School of Spiritual Science do Goetheanum – Dornach/Suiça.)

Escreva para santana@terapiabiografica.com.br ou marceloguerra@terapiabiografica.com.br para mais informações. Ou ligue para falar com um de nós:

(21)7697-8982, Marcelo

(32)8887-8660, Rosângela

Investimento:

  • até 30 de junho – R$980,00 ou 4x R$245,00;
  • até 31 de julho – R$1050,00 ou 3x R$350,00;
  • até 20 de agosto – R$1150,00 ou 1xR$370,00 + 2x R$390,00

A confirmação da inscrição é feita mediante o depósito da primeira parcela. O preço inclui os honorários, o material a ser usado nas vivências, a hospedagem em apartamento individual com alimentação completa durante o período do workshop, e os custos com a divulgação.

Workshop Biográfico em Belo Horizonte

ATENÇÃO: Tivemos que alterar a data e o local da Oficina, o que tornou o preço mais em conta.

luz_sombra_titulorembran038Workshop baseado nos dois primeiros trabalhos de Hércules, a luta contra o leão de Nemeia e contra a hidra de Lerna, que retratam a alma humana em suas características de luz e sombra.

  • Como é o leão dentro de mim? Como ele age e reage?

  • Que leões eu enfrento na minha vida?

  • Como eu lido com minha agressividade? Como eu lido com a agressividade dos outros?

  • Como são meus impulsos sociais e anti-sociais?

  • O que representam as cabeças da hidra na minha vida?

  • Quais são as sombras que preciso levar à luz para retirar sua força?

Trabalharemos com aquarela, argila, danças circulares e outras vivências em grupo.

Quem coordena?

Rosângela Cunha, Psicóloga, Gestalt-terapeuta e Terapeuta Biográfica

Marcelo Guerra, Médico Homeopata e Terapeuta Biográfico

(Formação Biográfica – Minas Gerais – Escola Livre de Formação Biográfica
Membro do International Trainers Forum em conexão com a General Anthroposophical Section of the School of Spiritual Science do Goetheanum – Dornach/Suiça.)

Quando e onde?

De 24 a 26 de julho, no Retiro das Rosas, em Ouro Preto.

Quanto? Os preços incluem estadia em quartos duplos, com alimentação no período do workshop. A inscrição é efetivada com o depósito da primeira parcela.

  • R$520,00 ou 4X R$130,00.

Mais informações e inscrições:

Rosângela: (31)8532-2217ou (32)8887-8660 santana@terapiabiografica.com.br

Marcelo: (22)9254-4866 ou (21)7697-8982 marceloguerra@terapiabiografica.com.br

Lama Michel no Estadão

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Ele gosta de Obama, mas não de política. Se diz otimista quanto ao indivíduo. Aos 28 anos, lama Michel, monge budista, se autodefine: ‘Nunca me achei nada especial’

A maturidade veio cedo para o jovem Michel. Teve sua primeira aproximação com o budismo aos 5 anos e aos 12, por decisão própria, tornou-se monge, indo viver em um mosteiro no Sul da Índia. Rebatizado, Jangchub Choepel Lobsang Nyentrag – o lama Michel – mudou sua base em 2004 para a Itália e hoje, aos 28 anos, corre o mundo dando palestras. Em São Paulo, preside a Fundação Lama Gangchen Para a Cultura de Paz. E é dessa pequena sede, de apenas duas salas, onde ele aterrissa uma vez por ano, que brota seu grande sonho de transmitir experiência. “Iluminação não é como acender a luz. É um processo lento e gradual.” A seguir, trechos da sua conversa com a coluna:

De que modo o budismo entrou em sua vida? Tinha oito anos quando fui reconhecido como reencarnação de um grande mestre tibetano. Quatro anos depois fui para um mosteiro na Índia. Fiz essa escolha sozinho. Ninguém me disse: “Você deve se tornar monge”. Isso me diferencia da maioria dos outros lamas, que são levados para o mosteiro sem escolha.

Como foi para uma criança de oito anos entender a reencarnação? Desde pequeno o conceito de reencarnação fez sentido para mim. Na primeira vez em que entrei em um cemitério, para visitar o túmulo do meu bisavô, o silêncio do lugar me encantou. Estava com minha mãe e disse a ela: “Hoje a gente está aqui olhando pro vovô. Amanhã a gente vai estar lá e ele aqui olhando para a gente.

O conceito budista é de que Deus não existe. De que forma você lida com isso? Em momento algum, em seus ensinamentos, Buda fala da existência ou não-existência de Deus. Apenas menciona o que fazer para se desenvolver interiormente. Ao mesmo tempo, há uma parte dos ensinamentos em que se coloca a não-existência de um ser que seja único, permanente e onipotente.

Sendo você tão jovem, como vive a relação entre mestre e discípulo? Dentro do budismo não há sistema hierárquico. Não existe uma igreja que represente o budismo. Uma das coisas que Buda colocou aos discípulos foi a importância de adaptar os ensinamentos à mentalidade e à necessidade das pessoas.

De que maneira encara o futuro? Nunca me achei nada de muito especial e continuo não me achando. Mas é fato que eu tive uma bela oportunidade. De poder aprender os ensinamentos, de ir na direção de uma tradição que está se perdendo, de ter contato com o budismo que veio do Tibete. Meu objetivo é praticar, compreender e passar os ensinamentos. Se puder continuar a minha vida nessa direção, está ótimo!

De que modo você compartilha o que aprende? Através da palavra. Palestras, ensinamentos, retiros. Minha posição é induzir a uma experiência junto a um conhecimento, para que cada um possa usufruir disso em sua vida. Não importa se eu compartilhe com cinco pessoas ou cinco mil. Se o interesse for sincero, eu vou.

Qual a diferença entre dharma e carma? O dharma quer dizer muitas coisas: resistência aos fenômenos, ensinamentos, caminho espiritual. Os ensinamentos de Buda são chamados de dharma. Carma é ação – é a lei de causa e efeito. Qualquer ação que eu praticar é carma. Somos responsáveis pelas consequências de qualquer palavra que dissermos, qualquer pensamento ou decisão. Cedo ou tarde colhemos o resultado.

Nesta vida ou em outra? O presente é o resultado do meu próprio passado e o futuro vai ser o resultado do meu presente acumulado com meu passado.

Acredita no milagre? Não. O milagre é a gente conseguir a transformação da mente, que vem através do esforço.

Os empresários, com a crise, estão procurando mais o budismo? De uma forma geral não, por algumas razões. A mais importante é que a grande maioria das pessoas está lidando só com o sintoma da crise e não com o problema, a doença em si. Esse momento só vai ser de transformação se a pessoa parar de procurar apenas o seu benefício e olhar para o todo.

E quando é que a humanidade foi diferente? Acho que nunca. A diferença é que hoje em dia o impacto é maior por causa dos meios de comunicação. Do ponto de vista ambiental, a crise pode ser positiva: consumimos 30% a mais do que o poder de regeneração do planeta é capaz.

Você se acha otimista ou pessimista com o mundo? De uma forma geral tenho um olhar pessimista, mas sou otimista em relação ao indivíduo. Acredito no poder e na capacidade de transformação de cada um de nós.

E quanto ao poder? Qualquer pessoa que chega ao poder criou as causas para estar ali. E vai depender dela saber usar. Mesmo não acreditando na mídia, que muitas vezes leva a informação a uma outra direção, no caso recente dos Estados Unidos me traz satisfação o simples fato de Obama falar de um mundo sem armas nucleares, de respeito ao meio ambiente, harmonia social. Colocar os problemas na mesa e dizer: vamos lidar com eles.

Você toma partido no conflito China-Tibete? Acho esse problema é muito mais complexo do que parece. O Dalai Lama quer uma direção, da autonomia para o Tibete. A China responde: se quiser a autonomia que nós demos, venha. Acontece que no meio estão os EUA. É uma história da qual prefiro ficar fora: não gosto de política. Mas acho importante a gente ter a consciência e saber distinguir entre política, religião e cultura. São aspectos diferentes que muitas vezes se misturam.

Fonte: Estadão

Biográfico no feriado de Corpus Christi

bosque

Viver o presente muitas vezes pode significar repetir padrões criados no passado. Esses padrões são inconscientes e geralmente nos damos conta deles justamente quando olhamos para trás. Vemos várias situações que, no momento em que aconteceram, pareciam tão originais, revelarem-se as mesmas, mas com personagens diferentes. Resgatar o passado é justamente tirar a sua vida de lá e trazê-la para o presente, deixando de ser refém do que passou, repetindo padrões que já não cabem mais.Viver o momento atual não pode significar jogar o passado para baixo do tapete, como se não houvesse existido. Porque muito do que vivemos hoje (e que outras pessoas também vivem), foi construído também, criado por ações e omissões nossas no passado. E o futuro poderá ser moldado com metas seguras, afinal estaremos navegando em mares agora conhecidos, apesar das novidades que sempre surgirão em nossas vidas. Quando resgatamos o passado, percebemos esses padrões e podemos conscientemente transformar nossas vidas de forma que atuemos a partir do que o momento presente nos pede e não a partir da repetição de padrões.

Em Nova Friburgo, de 11 a 14 de junho de 2009, no Morgenlicht (feriado de Corpus Christi).

Coordenadores:

  • Rosângela Cunha

Psicóloga, Gestalt-terapeuta e Terapeuta Biográfica

  • Marcelo Guerra

Médico Homeopata e Terapeuta Biográfico

Escreva para santana@terapiabiografica.com.br ou marceloguerra@terapiabiografica.com.br para mais informações. Ou ligue para falar com um de nós:

(21)7697-8982, Marcelo

(32)8841-8660, Rosângela

Investimento:

  • até 31 de março – R$900,00 ou 3x R$300,00;
  • até 15 de maio – R$980,00 ou 1x R$320,00 + 2x R$330,00
  • até 31 de maio – R$1050,00 ou 3×350,00
  • até 11 de junho – R$1150,00 ou 1xR$370,00 + 2x R$390,00

A confirmação da inscrição é feita mediante o depósito da primeira parcela.

Hora do planeta

Sábado, 28 de março, às 20h30

O WWF-Brasil participa pela primeira vez da Hora do Planeta, um ato simbólico, que será realizado dia 28 de março, às 20h30, no qual governos, empresas e a população de todo o mundo são convidados a apagar as luzes para demonstrar sua preocupação com o aquecimento global.
O gesto simples de apagar as luzes por sessenta minutos, possível em todos os lugares do planeta, tem como objetivo chamar para uma reflexão sobre a ameaça das mudanças climáticas.

Participe! É simples. Apague as luzes da sua sala. hora_do_planeta31

Transformando o destino com as próprias mãos

ubirajara

A coleguinha Itala Maduell mistura ficção e vida real, numa excelente reflexão em torno de um brasileiro admirável e um filme premiado. Não deixe de ler.

O milionário, o escriturário e a chuva

Itala Maduell

“Quem quer ser um milionário?”, o filme campeão do Oscar, conta a saga do indiano Jamal Malik, um simpático vira-latas, simples garoto do chá de uma empresa de telemarketing, marcado pela infância sofrida da favela, sobrevivente de tragédias cotidianas, sustentado por golpes e biscates, que, da noite para o dia, passa a homem do milhão, ao vencer um programa de perguntas e respostas da TV usando apenas o que aprendeu na rua da amargura. Sorte dele. Sabia as respostas.

A história do brasileiro Ubirajara Gomes da Silva tem alguma semelhança com a do protagonista da ficção. Filho de militar com garçonete, não conheceu nenhum dos dois. Cresceu num orfanato e, depois, na casa da avó com quatro irmãos. Aos 15, saiu de casa, fugindo de maus-tratos. Por 12 anos dormiu em bancos de praça de Recife. Vivia de pequenos bicos. Foi auxiliar de pedreiro, contínuo, biscateiro. Fazia uma refeição por dia, tomava banho no Mercado Público. Até que, aos 27, ficou famoso – não tanto quanto o indiano alçado a celebridade, mas o suficiente para ser notícia nos jornais, reconhecido nas ruas de Recife, homenageado na Assembléia Legislativa e indicado como cidadão que Faz Diferença, em prêmio do Globo.

O feito do brasileiro foi ter se metido a fazer – e ter passado – em quatro concursos públicos. Foi aprovado para o IBGE, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), o Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe) e o Banco do Brasil. Neste último, Ubirajara disputou a vaga com 19 mil pessoas. Acertou 116 das 150 questões da prova. Mérito dele. Sabia as respostas.

O primeiro emprego de carteira assinada da sua vida é o de escriturário. E assim Ubirajara passou à casta superior dos cidadãos com carreira sólida e estabilidade – o sonho dourado de milhares de brasileiros, que lotam as salas dos cursinhos preparatórios.

Criados na porção miserável de seus países, sem pai nem mãe, à beira da marginalidade, ambos foram capazes de mudar seus destinos. Suas traumáticas experiências de vida motivaram a virada. Mas, enquanto na fantasia o indiano tira a sorte grande por desígnio de Ganesha – o deus do conhecimento, aquele que remove os obstáculos -, na vida real Ubirajara chega lá por mérito próprio, por abnegação. O morador de rua terminou o ensino médio fazendo supletivo noturno e se preparou para os concursos pesquisando em bibliotecas públicas e em sites na internet, que acessava de lan houses.

Tal como Ubirajara no banco da praça, parte significativa dos alunos da rede pública de ensino nacional está ao relento, literalmente sob a intempérie, como mostrou reportagem do GLOBO no domingo. Livros, carteiras e mesmo alunos são amontoados sob chuva e sol em corredores ou galpões insalubres. Falta teto onde os brasileiros deveriam ter a chance de “sair da chuva”, de ter assegurado o direito a ser alguém na vida. Que Ganesha os proteja.

Fonte: Ancelmo.com, O Globo