Arquivo da categoria: tear

As Moiras, filhas do Destino

450px-strudwick_-_a_golden_thread.jpg

As moiras eram três irmãs que determinavam os destinos humanos, especialmente a duração da vida de uma pessoa e seu quinhão de atribulações e sofrimentos.

  • Cloto (em grego “fiar”) segurava o fuso e puxava o fio da vida.
  • Láquesis (”sortear”) enrolava o fio e sorteava o nome dos que iam morrer. Distribuía o quinhão de atribuições de uma vida;
  • Átropos (”não voltar”) cortava o fio. Determinava os que iam morrer.

As moiras eram filhas de Moro e Nix. Moira, no singular, era inicialmente o destino. Na Ilíada, representava uma lei que pairava sobre deuses e homens, pois nem Zeus estava autorizado a transgredi-la sem interferir na harmonia cósmica. Na Odisseia aparecem as fiandeiras.

O mito grego predominou entre os romanos a tal ponto que os nomes das divindades caíram em desuso. Entre eles eram conhecidas por parcas chamadas Nona, Décima e Morta, que tinham respectivamente as funções de presidir ao nascimento, ao casamento e à morte.

Os poetas da antiguidade descreviam as moiras como donzelas de aspecto sinistro, de grandes dentes e longas unhas. Nas artes plásticas, ao contrário, aparecem representadas como lindas donzelas. As três deusas decidiam o destino individual dos antigos gregos, e criaram Têmis, Nêmesis e as Erínias. Pertenciam à primeira geração divina, e assim como Nix eram domadoras de deusas e homens. Junto de Ilitia, Ártemis e Hecate, Cloto atuava como deusa dos nascimentos e parto. Láquesis atuava junto com Tiche, Pluto, Moros, etc. qualificando o quinhão de atribuições que se ganhava em vida. Atropo juntamente de Tânatos, Queres e Mors determinava o fim da vida.

Tecendo o Fio do Destino – O Curso

 

 

Tecendo o Fio do Destino

amor_alem_da_vida.jpg

 

Destino?

Agulha no palheiro

onde o homem se procura

O tempo inteiro”

Lindolfo Bell

 

Cada um de nós nasce com um destino, não como um livro previamente escrito em que cada ato nosso está previsto, mas como uma missão a nós confiada. Isto faz com que a vida tenha um sentido e, muitas vezes, sofremos com angústia ou depressão por não percebê-lo claramente. Os fatos de nossas vidas estão aí para que encontremos o Fio do Destino que, junto com o nosso livre arbítrio, tece os acontecimentos tanto no nosso mundo interior quanto na nossa vida nas comunidades em que vivemos.

Este curso tem o objetivo de buscar o fio do destino de cada um, desembaraçá-lo, tecê-lo de forma diferente, mais confortável, mais de acordo com o sentido que queremos dar para nossas vidas. Para isso trabalharemos com fatos de nossas próprias vidas. Este trabalho será feito com palavras e arte, como aquarela, modelagem em argila, tear, desenho, contos de fadas, vídeos, teatro, etc. Ninguém precisa ser artista para participar, é claro.

Muitas das questões que nos colocamos hoje são percebidas de modo diferente quando as situamos no contexto mais amplo da vida toda. A troca de experiências de vida num grupo é enriquecedora e suaviza os sentimentos ligados a essas experiências.

 

O curso será coordenado por Marcelo Guerra, Médico Homeopata, Terapeuta Biográfico em formação. Terá a duração de 10 encontros mensais e será realizado no Instituto Gaia, à Rua Almirante Alexandrino, 2495A, Santa Teresa, Rio de Janeiro. O primeiro encontro será em 24 de novembro de 2007, de 8:30h às 17h. O investimento para cada módulo será de R$80,00 (já incluído o material). As vagas são limitadas. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (22) 9254-4866 ou pelo e-mail marceloguerra@terapiabiografica.com.brEste endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo

 

Cada um hospeda dentro de si uma águia. Sente-se portador de um projeto infinito. Quer romper os limites apertados de seu arranjo existencial. Há movimentos na política, na educação e no processo de mundialização que pretendem reduzir-nos a simples galinhas, confinadas aos limites do terreiro. Como vamos dar asas à águia, ganhar altura, integrar também a galinha e sermos heróis de nossa própria saga? (Leonardo Boff)

Mente Mais Leve com Tricô

Nos EUA, tricô ajuda os
adolescentes ansiosos. E no
Brasil, a meditação é estudada
contra hipertensão e depressão

Lena Castellón

Um ponto aqui, outro ali. Olhos grudados nos movimentos das mãos, mas ouvidos atentos ao que dizem em torno. O professor fala e os estudantes tricotam. Parece estranho, mas é assim que alguns alunos do Manhattan Center for Science and Mathematics, dos Estados Unidos, têm assistido aulas. A direção acredita que permitir a prática na sala não é prejudicial. Pelo contrário, ajudaria a aprimorar a concentração. Em declaração dada recentemente ao jornal inglês The Times, uma assistente do diretor não apenas garantiu isso como acrescentou que os jovens também trabalham com papel e caneta. O curioso é que essa não é a única instituição americana a liberar o hobby em suas dependências. A atividade, tão comum às nossas avós, virou mania nos EUA e no Reino Unido. A moda floresceu há cerca de dois anos, gerou clubes de tricô nas escolas e invadiu a internet, com sites e blogs sobre o tema.

A mania cresceu tão rapidamente que foi lançado um livro para quem deseja aderir ao artesanato manual. Teen Knitting Club – das experientes tricoteiras americanas Jennifer Wenger, Carol Abrams e Maureen Lasher – traz dicas para que garotas e garotos (sim, eles também tricotam) produzam suas peças. “Tenho cinco mil clientes. Deles, 15% são adolescentes. E o interesse cresce”, conta Jennifer, que ensina a tricotar. Nas entrevistas feitas pelas autoras para entender as razões que levaram a moçada a incorporar o hábito, os jovens disseram que o tricô diminui a ansiedade e o stress. De fato, artesanato e trabalhos artísticos funcionam como métodos relaxantes. Além disso, o tricô exige atenção para que tudo saia direito. Ansiosos exercitariam a paciência e treinariam a capacidade de se focar em um objeto. Estressados encontrariam uma válvula de escape para a tensão. A beleza das peças ajudaria o tricoteiro a descobrir que pode produzir algo bonito, melhorando a auto-estima.

Complemento – No Brasil, o tricô também pode ser uma alternativa contra esses distúrbios. A jornalista Paula Camila, 21 anos, de Juiz de Fora (MG), recebeu de amigos a sugestão de fazer um trabalho manual para lidar com a ansiedade. Ela escolheu o tricô. “Melhorei bastante. Levo meu kit quando estou longe de casa”, revela. Em maio, numa viagem com o noivo, o programador de web Gabriel Barbosa, 23 anos, carregou consigo agulhas e novelos. “O tricô é tão terapêutico que ensinei meu noivo a fazer. Ele adorou. Diz que o tempo passa rápido”, comenta.

Na verdade, trabalhos manuais e artísticos como a pintura têm funcionado cada vez mais como complementos aos tratamentos da ansiedade e da depressão. São estratégias não medicamentosas que acalmam a mente. Pelo mesmo motivo, a meditação ganha espaço. “Ela controla o tráfego de pensamentos. É um momento de conscientização do que a pessoa é. Se é alguém calmo e está com raiva, cria meios de lembrar seu estado natural”, afirma Luciana Ferraz, da organização Brahma Kumaris no Brasil (entidade que oferece cursos de meditação e qualidade de vida em 86 países).

Os efeitos da meditação no controle de patologias da mente são alvo de estudo em várias partes do mundo. No Brasil, um desses centros é a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A psicóloga Márcia Marchiori, por exemplo, desenvolve tese para analisar o impacto da meditação em idosos com pressão arterial elevada. Avaliará também os níveis de depressão e ansiedade em 80 voluntários que serão acompanhados por três meses. Metade deles meditará duas vezes por dia durante 20 minutos. O trabalho começa em setembro. “Queremos ver se a meditação terá efeitos significativos para essas pessoas”, afirma Márcia. Por enquanto, as evidências mostram que há benefícios palpáveis. “Na depressão, a meditação ajuda o indivíduo a identificar pensamentos e emoções que o levam a um estado indesejável”, explica Elisa Kozasa, pesquisadora da Unifesp.

É claro que meditar – assim como fazer tricô – não é panacéia. “Se o praticante faz um tratamento, orientamos que prossiga com ele”, conta Luciana, do Brahma Kumaris. Quando se propõe o uso de tais estratégias, é importante entender que esses métodos são complementares à terapia indicada pelo médico. E também é preciso saber que esses expedientes precisam ser praticados com freqüência para que promovam os benefícios esperados. É como exercício físico. Uma vez só não adianta.

Publicado em IstoÉ 27/07/2005