Workshop antroposófico: Vocação e Sentido

“Os contadores de histórias das florestas falam de dois tipos de fome.

Dizem que há a fome física e também a Grande Fome.

Esta é a fome por sentido.

Existe apenas uma coisa insuportável: uma vida sem sentido.

Não há nada errado com a busca pela felicidade.

Mas existe algo grande, o sentido, que é capaz de transformar tudo.

Quando você tem sentido, você é feliz, você pertence.”

(Sir Laurens van der Post, no documentário Hasten Slowly)

Observe essa imagem. O que você vê? Alguém perdido? Ou um caminho que se abre? Relacionou pequenas imagens que compõem o todo?

Temos a tendência natural de observar as situações e os fatos com óculos que distorcem o que é observado. Estes óculos são nossas ideologias, preconceitos, expectativas, tudo aquilo que preenche nosso mundo interno, e que altera nossa percepção do mundo. Esta visão filtrada pode nos limitar, nos afastar de novas percepções e de novas possibilidades. Porém, não precisamos ficar dentro desses limites.

O que pode ser transformado? Muitas vezes temos que decidir pra que lado queremos ir, ou precisamos escolher qual é a nossa prioridade. Ter consciência da nossa tarefa, da nossa própria vocação e localizá-la no contexto da nossa história poderá tornar mais agradável a rotina de trabalho, ou tornar visível novas formas de realizá-lo.

Em 2011 comemoramos o aniversário de 150 anos de nascimento de Rudolf Steiner, o fundador da Antroposofia. Partindo dos escritos de Goethe, ele propõe uma nova forma de conhecer o mundo e a si mesmo, que ele denomina ‘observação goetheanística’. Esta observação propõe que se dispa das ideologias e entre em contato com a essência do que é observado, e como isto lhe move interiormente. Por meio desta nova forma de observar, pesquisamos o sentido do mundo exterior, mas podemos também aplicá-la à pesquisa de nosso mundo interno, aprendendo sobre o sentido de nossa biografia.

Este curso tem o objetivo de mergulhar na metodologia de observação proposta por Steiner a partir dos escritos de Goethe, e buscar na biografia de cada participante o sentido relacionado à vocação e à escolha profissional.

Público alvo: adultos que buscam o auto-desenvolvimento e uma nova visão em relação à própria escolha profissional e à sua vocação.

Coordenação:

  • Bettina Happ Dietrich

Terapeuta Social; docente de formação em Educação Terapêutica (Pedagogia Curativa) e Terapia Social

  • Marcelo Guerra

Médico Homeopata e Terapeuta Biográfico

Quando e onde?

De 25 a 27 de março de 2011(sexta a domingo) no Retiro das Rosas, em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto.

Quanto?

  • R$920,00 (Inclui estadia em apartamentos individuais, com alimentação no período do workshop. A inscrição é efetivada com o depósito de R$200,00 e o restante deverá ser pago durante o curso com 4 cheques pré-datados. Não haverá devolução da taxa de inscrição em caso de desistência. Nos reservamos o direito de cancelar o curso se não houver o número mínimo de inscritos.)

Para mais informações:

Escreva para marceloguerra@terapiabiografica.com.br ou telefone para (21)7697-8982.

As turmas são necessariamente pequenas devido à profundidade do trabalho. Não deixe para última hora.

Faça sua inscrição online, clicando aqui.

Mais que lembranças congeladas

No Dia da Fotografia, reflita como suas fotos dizem muito sobre você

Marcelo Guerra

É comemorado no dia 8 de janeiro o Dia da Fotografia. Cada foto sua é um espelho de um certo momento. Ela não se resume à imagem, mas evoca sentimentos, pensamentos, insights. Um álbum de fotografias é um resumo de nossos encontros, das nossas viagens, das festas que participamos, até mesmo de nossa vida religiosa.

Se você acompanha um grupo de fotografias de seus aniversários, por exemplo, poderá perceber que algumas pessoas estão sempre presentes, mesmo que nas fotos não estejam tão próximas a você. Outras pessoas aparecem em um determinado ano e permanecem por pouco tempo, mas de forma muito marcante.

Algo importante a se perceber nas fotos são os olhos. Eles podem revelar tristeza, entusiasmo, apreensão. Numa sequência de fotos suas, em diferentes idades, o que você percebe nos seus olhos?E o que você percebe nos olhos das pessoas ao seu redor numa foto?

PADRÕES REPETITIVOS

Na Terapia Biográfica lançamos mão das fotos, principalmente num workshop chamado “Retratos da Vida”. Nele, observamos as fotos inicialmente tentando deixar de lado o peso dos sentimentos a elas vinculados, prestando atenção a algum padrão repetitivo, como a posição do corpo, ou de alguma parte dele. Muitas vezes, as pessoas aparecem sempre numa mesma posição nas fotos, com a cabeça inclinada para um lado, com as mãos fechadas, com as mãos na cintura, olhando diretamente para a câmera, ou desviando o olhar da câmera. Não há interpretação desses padrões, somente o tomar consciência e buscar correlacionar com outras situações da história de cada um. Neste workshop pedimos que os participantes façam uma colagem com as fotos, e a forma como essas fotos são arrumadas na colagem são muito significativas.

As fotos podem contar a história da busca espiritual de uma pessoa. Não raro as pessoas levam fotos de eventos religiosos importantes para suas vidas, como batizado, primeira comunhão, casamento. É também muito importante observar como a relação de uma pessoa com a natureza pode evidenciar-se nas fotografias. Algumas pessoas levam montes de fotos na praia, em meio a flores, animais. Outras, paisagens urbanas predominam nas suas fotos.

LEMBRANÇAS ESPECIAIS

As fotos podem ser lembranças congeladas, mas é o seu olhar sobre elas que faz com que voltem a viver com força dentro de nós todos os sentimentos vividos então, e revelam muito de quem você é. Mais importante ainda, as fotos revelam sempre algo diferente a nosso respeito a cada vez que as contemplamos. A força latente nas fotos é um dos mais preciosos recursos de que dispomos para acessar a história da vida de uma pessoa e, por isso, são valiosíssimas na Terapia Biográfica.

Artigo originalmente publicado na Revista Personare.

O que é um homem, enfim?

Walt Whitman

Quem é que vai por aí
aflito, místico, nu?
Como é que eu tiro energia
da carne de boi que como?
O que é um homem, enfim?
O que é que eu sou?
O que é que vocês são?
Tudo o que eu digo que é meu,
vocês podem dizer que é de vocês:
de outro modo, escutar-me
seria perder tempo.
Não ando pelo mundo a lastimar
o que o mundo lastima em demasia:
que os meses sejam de vácuo
e o chão seja de lama
e podridão.
A gemer e acovardar-se,
cheio de pós para inválidos,
o conformismo pode ficar bem
para os de quarta categoria;
eu ponho o meu chapéu como bem quero,
dentro ou fora de portas.
Por que iria eu rezar?
Por que haveria eu de me curvar
e fazer rapapés?
Tendo até os estratos perquirido,
analisado até um fio de cabelo,
consultado doutores
e feito os cálculos apropriados,
eu não encontro gordura mais doce
do que a inserida em meus próprios ossos.
Em toda pessoa eu vejo a mim mesmo,
nem mais nem menos um grão de mostarda,
e o bem ou mal que falo de mim mesmo
falo dela também.
Sei que sou sólido e são,
para mim num permanente fluir
convergem os objetos do universo;
todos estão escritos para mim
e eu tenho de saber o que significa
o que está escrito.
Sei que sou imortal,
sei que esta minha órbita não pode
ser traçada
pelo compasso de um carpinteiro qualquer.
Sei que não passarei
assim que nem verruga de criança
que à noite se remove
com um alfinete flambado.
Eu sei que sou majestoso,
não vou tirar a paz do meu espírito
para mostrar quanto vale
ou para ser compreendido:
tenho visto que as leis elementares
jamais pedem desculpas.
(Eu reconheço que, afinal de contas,
não levo meu orgulho
além do nível a que elevo minha casa.)
Existo como sou,
isso é o que basta:
se ninguém mais no mundo
toma conhecimento,
eu me sento contente;
e se cada um e todos
tomam conhecimento,
eu contente me sento.
Existe um mundo
que toma conhecimento,
e este é o maior para mim:
o mundo de mim mesmo.
Se a mim mesmo eu chegar hoje,
daqui a dez mil ou dez milhões de anos,
posso alcançá-lo agora bem-disposto
ou posso bem-disposto esperar mais.
O lugar de meus pés
está lavrado e ajustado em granito:
rio-me do que dizem ser dissolução
– conheço bem a amplitude do tempo.

Canto dos Espíritos sobre as Águas

A alma do homem
É como a água:
Do céu vem,
Ao céu sobe,
E de novo tem
Que descer à terra,
Em mudança eterna.

Corre do alto
Rochedo a pino
O veio puro,
Então em belo
Pó de ondas de névoa
Desce à rocha lisa,
E acolhido de manso
Vai, tudo velando,
Em baixo murmúrio,
Lá para as profundas.

Erguem-se penhascos
De encontro à queda,
— Vai, ‘spumando em raiva,
Degrau em degrau
Para o abismo.

No leito baixo
Desliza ao longo do vale relvado,
E no lago manso
Pascem seu rosto
Os astros todos.

Vento é da vaga
O belo amante;
Vento mistura do fundo ao cimo
Ondas ‘spumantes.

Alma do Homem,
És bem como a água!
Destino do homem,
És bem como o vento!

Johann Wolfgang von Goethe, in “Poemas”
Tradução de Paulo Quintela

Panorama Biográfico em Cristalina (GO)

Você passa a vida buscando um sentido para ela (a vida), bem com para temas mais específicos como seus relacionamentos (com cônjuges, filhos, amigos, chefes, sócios, funcionários etc), e profissão. Você pode fazer essa busca fora, seja aderindo e vestindo a camisa de uma ideologia, consumindo em excesso (vestimentas, eletrônicos, alimentos, entre outros) para preencher um vazio, ou ainda jogando em outra pessoa a responsabilidade pela sua felicidade, e por aí vai. E também pode buscar dentro e, quando volta esse olhar para dentro de si, esse olhar vai carregado de julgamento, ou admirando-se muito ou recriminando-se como se fosse o pior dos seres humanos que anda sobre a Terra.

Nossas buscas mais essenciais, como viver um relacionamento com amor ou trabalhar dentro de nossas habilidades e vocação, podem ser mascaradas pela zona de conforto, causando um descontentamento constante, que envenena nossas vidas e nos torna amargos, sem brilho nos olhos. Viver alijado de sentido opacifica o olhar, o sorriso, e deixa o coração enevoado!

Este é um convite para encontrar a si mesmo, buscando o sentido através de fatos da sua própria história. Acontecerá de 26 a 29 de janeiro de 2012, no Hotel Catavento, em Cristalina (GO).

Coordenação:

  • Marcelo Guerra, médico homeopata, acupunturista e terapeuta biográfico.
  • Antonélla Aggio, psicóloga, especializada em Terapia Social, em formação para terapeuta biográfica;

Preço: R$1.400,00 , incluindo o trabalho em si, acomodações em apartamentos duplos e a alimentação no período do workshop. Para a inscrição será cobrado um sinal de R$300,00 que serão descontados do valor total do workshop. O restante poderá ser pago durante o evento, com até 4 cheques pré-datados.

As inscrições são limitadas porque trabalharemos com um grupo máximo de 10 pessoas, por isso não deixe para a última hora.

Informações pelos e-mails marceloguerra@terapiabiografica.com.br ou antonellaaggio@gmail.com .

Reservamo-nos o direito de cancelar o workshop se não houver o mínimo de 5 inscritos. Neste caso, devolveremos o sinal.

 Faça sua inscrição online, clicando aqui.