Que sementes você tem plantado?

Estava plantando sementes de pimenta murupi que trouxe de Manaus, e pensando quanto tempo levaria para as mudas crescerem. Me dei conta de que as sementes podem nem vingar. Não há garantias! Como em quase tudo (ou tudo?) na vida. Apesar disso, todos os dias plantamos sementes, esperando colher os frutos. Cuidamos do vaso, afofamos bem a terra, lançamos as sementes com boa distância entre elas, expomos ao sol, protegemos do sol excessivo, regamos com regularidade. Nossa parte, nós fazemos, e ficamos no aguardo da colheita, que pode ou não vir a acontecer. O importante é que NOS DEDICAMOS para que possamos colher, ainda que não tenhamos controle sobre todas as circunstâncias do processo. E você, o que plantou hoje?

As vivências da infância no cuidado de si


A investigação das experiências infantis e sua influência na biografia do adulto.
Carinho, cuidado, confiança, coragem, resiliência: aprendizagens da infância que organizam a experiência do adulto.
De que maneira a sua infância influencia a sua vida hoje?

Dentro de cada um de nós ressoa ainda a nossa infância, que participa da nossa percepção e apreciação do mundo, daquilo que vivenciamos e sentimos, e é indispensável que esse ressoar seja saudável para que possamos ser adultos completos!
Muitas vezes não recebemos os cuidados e atenção que precisávamos quando crianças para podermos nos desenvolver de forma plena. Não poucas vezes sofremos abusos quando crianças, sejam físicos, sexuais ou com palavras. Ouvimos ofensas daqueles que deveriam nos proteger e cuidar. Palavras duras, como “você é muito preguiçoso”, “você não consegue aprender nada”, “você só faz besteira”, “você não presta mesmo”. Tudo soa como profecias que precisamos cumprir em nossas vidas, e assim vamos agindo para confirmar as palavras daqueles que amamos tanto.
Outras vezes as palavras vieram inflar nosso ego infantil, causando dificuldades na vida adulta da mesma maneira. Essa situação é exemplificada por elogios exagerados como “você é o melhor”, “minha filha nunca me deu trabalho, sempre foi comportada e obediente”, “você é a mais linda de todas”, “ninguém supera sua inteligência”.


Carregamos essas falas como verdades inconscientes.

Tanto as falas negativas quanto as positivas podem fazer com que a criança em desenvolvimento molde o seu comportamento de acordo com elas. Carregamos essas falas como verdades inconscientes. Por serem inconscientes, são mais difíceis de ser identificadas sem um trabalho terapêutico. 
Por outro lado, o que vivemos na infância é capaz de criar em nós a confiança nas outras pessoas, a criatividade que nos permite solucionar problemas quando adultos e a nossa capacidade de cultivar amizades. 
Ainda podemos libertar essa memória pulsante de nossa infância dessa dor que não foi expressa e que fica fazendo pirraça ou agindo de acordo com as ofensas que interiorizou desde criança, coisas que não cabem mais na vida de um adulto sadio, e atravancam nossos relacionamentos, nossa vida profissional e, principalmente, nossa autoestima! Porque o que essa criança quer mesmo é brincar, fazer amigos, criar e ser livre!!!


Transformar a dor em criatividade

Nesta vivência, buscaremos identificar os pontos da sua infância que influenciam suas atitudes de hoje, para que possamos trabalhá-los em grupo, buscando entendê-los e transformar a dor em criatividade que nos permita viver uma vida mais de acordo com o que sonhamos e não com o que nos (mal) profetizaram.
Este trabalho será realizado em grupo, com interações entre os participantes, que serão incentivados a criar um bebê-estrela, a partir de suas biografias.
Venha com uma roupa confortável, traga fotos suas de quando criança, brinquedos que você ainda tenha, objetos de sua infância que são importantes para você.

Quem coordena?

Marcelo Guerra, médico e terapeuta biográfico.

Nina Veiga, Psicopedagoga artística e doutora em educação, coordenadora da Pós-Graduação em Artes Manuais para Terapias.

Quando e onde?
De 18 a 20 de janeiro de 2019, entrando às 18h de sexta e saindo até as 16h de domingo. 
A nossa estadia será no Centro Holístico Urucum – Sítio Vale de Luz , em Nova Friburgo, e inclui hospedagem compartilhada com refeições ovolactovegetarianas incluídas. Pode ser combinada hospedagem em quarto individual.

Quanto?
R$960, que podem ser parcelados em 3 vezes. A inscrição é confirmada com o pagamento da 1ª parcela.
A inscrição pode ser feita pelo e-mail marceloguerra@terapiabiografica.com.br ou pelo WhatsApp (22)98175-7030.

11 lições sobre carreira que aprendi assistindo Chef’s Table

Marcelo Guerra

Tenho assistido a série da Netflix Chef’s Table e cada vez acho mais interessante! Não, ela não ensina nenhuma receita. O programa basicamente não é sobre comida, mas sobre carreira. Retrata os chefs mais criativos e bem-sucedidos da atualidade, em suas biografias até o sucesso. É uma coleção de cases de carreiras, e observei algumas características em comum que podem servir para orientar carreiras em qualquer área de trabalho. Nem todos passaram pelos mesmos passos, mas a maioria representada nos programas, sim.


Acreditar no que faz e apostar no seu sonho

  1. Estudo: Todos dedicaram-se muito a estudar desde o momento em que escolheram trabalhar com gastronomia. Estudo formal, em cursos e faculdades, mas também informal, resgatando livros de receitas.
  2. Prática com alguém mais experiente: Todos buscaram estágios ou trabalhos como aprendizes em restaurantes de boa comida. Colaram em chefs mais experientes e buscaram reproduzir o seu trabalho, até a perfeição. Nem sempre estagiaram em restaurantes de ponta, mas onde cada um acreditava na qualidade da comida e na experiência do chef.
  3. Sair do local de origem: A maioria estudou ou trabalhou como estagiário ou aprendiz em outras cidades, geralmente grandes centros gastronômicos, como Paris ou Nova York.
  4. Voltar para o local de origem: Quase todos retornaram para suas cidades de origem e arranjaram empregos em restaurantes locais, alguns à beira do precipício da falência. Um deles morava numa cidade entre o nada e coisa nenhuma na Suécia, um ponto altamente improvável para um restaurante que, sob sua direção, tornou-se um dos 10 melhores restaurantes do mundo. Outros abriram seus próprios restaurantes, desde o início seguindo a visão que trouxeram de seus estudos e estágios.
  5. Insucesso inicial: Até onde assisti, só um começou fazendo sucesso. Os outros que já assisti começaram com restaurantes vazios, sem críticas positivas (a maioria sem crítica alguma). A resposta para esse insucesso inicial variou bastante. Alguns faziam mudanças regulares na organização do trabalho e no cardápio, enquanto outros insistiram no que acreditavam desde o início. A maior parte deles sentiu desânimo e pensou em desistir.
  6. Acreditar no que faz e apostar no seu sonho: O desânimo não foi suficiente para superar a confiança no próprio trabalho e a imagem de um sonho que cada um perseguia. Alguns mencionam a frustração por saber que estavam fazendo boa comida e, mesmo assim, as mesas estavam vazias. Todos tiveram determinação para seguir em frente, superando as mesas e bolsos vazios.
  7. Trabalhar com uma equipe competente, responsável e que acredita no sonho: muito da competência dos chefs retratados se baseia na formação de uma equipe que partilha do entusiasmo pelo sonho, e mete a mão na massa, trabalhando de forma competente e responsável. A palavra da moda para isso é SINERGIA.
  8. Usar produtos de qualidade: quando o seu trabalho envolve um produto, esse produto não pode ser meia-boca. Os chefs buscam as melhores matérias primas para transformá-las em deliciosas obras de arte.
  9. Preferir produtos regionais: meio que uma continuação do item anterior, além de ter os produtos mais frescos, valoriza a economia local e cria uma rede confiável dentro da própria comunidade, e contribui com a preservação do meio ambiente, com menos mercadorias viajando pelo planeta.
  10. Releitura de receitas tradicionais: os chefs saíram de suas cidades, estudaram gastronomia, estagiaram com chefs experientes e começaram repetindo o que aprenderam, mas aos poucos foram modificando essa bagagem, acreditando na sua intuição e, principalmente, resgatando livros antigos e fazendo releituras para tornar mais modernas as receitas, criando novos pratos a partir de pratos tradicionais. O chef sueco, por exemplo, cria alimentos em conserva que são os principais atrativos para o seu restaurante.
  11. A voz da criança interior: por fim ficou o mais importante. O traço comum a TODOS os chefs que assisti é a CRIATIVIDADE, alimentada pelas lembranças de criança, pelos sabores, pelas mesas de domingo, pela comida da avó. Transformar uma lembrança prazerosa em novos pratos é dividir e eternizar o prazer vivido na infância. O exemplo mais marcante dessa criança que toma conta da cozinha é o chef italiano que brigava com o irmão pelo cantinho da lasanha da avó, aquele cantinho que ficava meio torrado. Ele criou um prato que é somente a ponta tostada da lasanha, e é um dos grandes sucessos do seu restaurante.

O sucesso na carreira é buscado por todos nós e, independente da profissão de cada um, a jornada de um profissional de sucesso pode servir de lição para detectar o que posso mudar na minha carreira para alcançar esse sucesso.

Vivência: Treinando o Olhar

No trabalho terapêutico e na educação a Observação e o Sentido são os dois pilares. A Observação busca no exterior o que o Sentido vai elaborar no interior. Goethe, por meio dos seus escritos científicos, elaborou uma metodologia de observação dos fenômenos de grande valor para aqueles que buscam desenvolver a compreensão de sua clientela, sejam pacientes ou alunos.

Esta vivência é um primeiro contato com essa metodologia de forma prática e objetiva, através da observação de plantas. É dirigida a profissionais da saúde ou da educação, ou mesmo a leigos que desejam conhecer uma maneira pouco usual de observar tudo o que nos cerca, sejam pessoas, objetos, seres da natureza ou fatos.

LOCAL: Clínica CEFISA – Rua Trajano de Almeida, 57, Nova Friburgo – Tels: (22) 2522-3411 ou (22)2523-3512

DATA: 31 de março de 2018, de 9h às 16h, com intervalo para o almoço

PREÇO: R$150,00, inclui o material e lanche

FACILITADOR: Marcelo Guerra, médico homeopata e acupunturista, terapeuta biográfico formado pela Escola Livre de Estudos Biográficos de MG.

INSCRIÇÕES: https://goo.gl/a2k2AZ

Quaresma é tempo de ação

Marcelo Guerrahttp://marceloguerra.com.br/

O cristianismo reserva 40 dias do ano para a preparação para a Páscoa, e chama esse período de Quaresma. Estes 40 dias simbolizam os 40 dias que Cristo passou meditando e orando no deserto. É um período de recolhimento e antigamente de jejum e penitência. Hoje passa geralmente despercebido no nosso calendário. Porém, a quaresma pode ser um tempo de reflexão e de transformações na sua vida.

Nosso psiquismo encontra expressão pelo pensamento, pelo sentimento e pela vontade que gera ação. O equilíbrio entre o pensar, o sentir e o agir conduz a uma vida psiquicamente harmoniosa, onde a depressão e a ansiedade não encontram refúgio. Os três estão interligados e influenciam-se mutuamente. Quando modificamos nosso pensar, pela meditação, por exemplo, passamos a sentir de uma maneira diferente e percebemos a sutileza de nossos sentimentos. E nossas ações também sofrem alterações, com essa mudança que começou no pensar.

Quando tomamos mais consciência de nossos sentimentos, percebemos o quanto eles mexem com nossos pensamentos e nos fazem agir como escravos de emoções que nos tomam, e conseguimos ter maior controle sobre a reação que os sentimentos nos causam.

Dos três, o agir é geralmente o mais prejudicado nos nossos dias de excesso de informações e compromissos, em que a imagem que exibimos nas redes sociais é muito mais importante do que a essência daquilo que somos. O que mais fazemos é reagir a algo que nos é solicitado, e é com muita dificuldade que conseguimos colocar a força de nossa vontade numa ação voluntária.

Por isso, a oportunidade de exercer nossa vontade de forma voluntária por 40 dias pode trazer grandes (ou ainda que sejam pequenas) transformações ao nosso pensar e ao nosso sentir. Dominar a própria vontade, através da renúncia a algo que lhe é caro é um exercício de fortalecimento da própria vontade.

Esta mudança no agir pode levar à mudança de como percebemos nossos sentimentos e de como pensamos, e é um recurso que está ao alcance de qualquer um de nós, basta agir.

(Marcelo Guerra)