A Antroposofia, bebendo da mitologia cristã medieval, fala da criação do universo como um ato de doação das hierarquias superiores, principalmente serafins, querubins e tronos, mas não somente eles. Esses seres espirituais altamente evoluídos participaram da criação de tudo que existe no universo (minerais, plantas, animais e seres humanos) doando sua própria substância, o que de certa forma os enfraqueceu. O nascimento de Jesus inaugura um novo tempo, o tempo em que nos tornamos responsáveis pelo destino de nossas vidas, do universo e também precisamos começar a retribuir o trabalho desses seres espirituais, que o tempo todo cuidam de nós.
E esta nossa missão está representada na manjedoura onde nasceu o menino Jesus, que logo recebeu a visita dos pastores da região e dos reis magos. Os reis magos chegaram até Jesus por meio de muito estudo e cálculos astrológicos, enquanto os pastores que cuidavam das olhavas, foram avisados do nascimento do menino pelos próprios anjos. Duas formas de chegar ao mesmo destino, pelo conhecimento ou pelo amor e compaixão, agora unidos em torno do menino que ousou nascer para vivificar a Terra. Esta é a nossa missão como seres humanos: conciliar o frio conhecimento com o amor e a compaixão, criando a sabedoria, para tornar o mundo mais fraterno e facilitar nossa existência, mas também para nutrir o corpo etérico da Terra para que os seres das hierarquias superiores que nos deram tudo que ainda nem conhecemos possam se nutrir e se revitalizar. Este é o nosso compromisso com o mundo material e espiritual nestes tempos.
Feliz e sábio Natal,
Marcelo Guerra