Hércules foi o único homem a quem se concedeu imortalidade entre os deuses. Sua trajetória representa os conflitos da alma humana: venceu monstros e lutou com a morte para salvar um amigo, mas também era vítima da luxúria e da cobiça, e então estuprava mulheres, destruía cidades e, tomado pela loucura, matou os próprios filhos.
Hércules era o filho bastardo de Zeus e Alcmena, que era descendente de Perseu e era casada com Anfitrião. Zeus havia avisado que o próximo rei de Micenas seria o primeiro descendente de Perseu que nascesse. Anfitrião foi para a guerra e Zeus visitou Alcmena na forma de seu marido um dia antes de ele retornar. Zeus triplicou a duração desta noite para estender seu prazer com Alcmena. Quando Anfitrião voltou, ficou desapontado com a falta de ardor sexual da esposa, enquanto ela ficou surpresa com o aparente esquecimento do marido em relação à noite anterior. Eles acabaram sabendo a verdade por meio de um profeta cego chamado Tirésias.
Alcmena teve filhos gêmeos: Hércules, filho de Zeus, e Íficles, filho de Anfitrião. Hera, esposa e irmã de Zeus, soube da traição do marido em todos os seus detalhes e tratou de apressar o parto de um outro descendente de Perseu, para que fosse o rei de Micenas, nascendo alguns minutos antes o primo de Hércules, Euristeu. Por saber do logro de Zeus sobre Alcmena, Hera despejou todo seu ciúme e sua ira sobre Hércules, e o perseguiu durante toda sua vida, implacavelmente, ocasionando muitos de seus feitos heroicos, incluindo os Doze Trabalhos. Hércules também era chamado de “A Glória de Hera”.
Quando tinha 6 meses, Hera mandou duas cobras monstruosas para o berço (um escudo, na verdade) onde Hércules dormia, junto com seu irmão Íficles, e ele estrangulou-as.
Durante sua vida envolveu-se em diversos combates. Ele era um escravo de suas paixões: bebia, comia muito e era lascivo. Conta-se que uma vez deitou-se com as cinquenta filhas do rei Téspio numa só noite.
Numa de suas investidas, Hera fez Hércules ter um acesso de loucura, durante o qual ele matou a esposa e os filhos. Depois, ao recobrar a consciência, arrependido, procurou o Oráculo de Delfos, que determinou que, como penitência, ele deveria servir seu primo Euristeu, rei de Micenas (de quem ele tinha inveja), por doze anos. Euristeu impôs doze tarefas extenuantes a seu criado, que se compõem nos Doze Trabalhos.
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