Balanço 2010, Planos para 2011


2010 foi um ano em que, junto com Rosângela Cunha, com quem trabalho há mais de 2 anos, no DAO Terapias, praticamos o trabalho biográfico de forma inovadora. Além do tradicional ‘panorama biográfico’, começamos em Juiz de Fora o ‘Curso DAO: Observação e Sentido’ em que os participantes puderam lançar um olhar diferente sobre sua vocação e escolha profissional, a partir da fenomenologia proposta por Goethe em seus escritos científicos.

Outro importante passo foi o trabalho com novas parcerias, começando com Nina Veiga, com quem fizemos um lindo trabalho chamado ‘Tecendo o Fio do Destino’, no Vale de Luz, em Nova Friburgo.

Em relação os locais de trabalho, fizemos nosso primeiro trabalho no Vale de Luz, um local onde tradicionalmente ocorrem atividades antroposóficas. Em São Paulo, consolidamos o Centro Paulus como nossa casa de trabalho. Em Juiz de Fora, mudamos de casa, saindo do Seminário da Floresta para a super confortável Pousada Lago das Pedras.

No fechar das cortinas de 2010, fomos convidados para dar uma aula sobre Biografia Humana para os alunos do curso de Fundamentação em Antroposofia do GEPAK em Petrópolis.

Para 2011, vamos reeditar a parceria com Nina Veiga, levando o workshop Tecendo o Fio do Destino para outras cidades, começando por Juiz de Fora. Já estamos trocando figurinhas com Bettina Happ Dietrich na organização de uma nova versão do Curso DAO: Observação e Sentido, que faremos em março, ainda sem local definido (e provavelmente mudaremos o título também).

Pretendemos trabalhar em 2011 em novas cidades, pela demanda de leitores dos artigos sobre Terapia Biográfica da Personare. Já estamos buscando um local adequado para trabalhar no Nordeste, provavelmente em Recife, pela proximidade das outras capitais nordestinas, mas ainda não está definido. Também em resposta à demanda de leitores do Personare, estamos analisando com muita empolgação a possibilidade de realizar um workshop em Portugal. Vamos estreitar os laços com o GEPAK e organizar trabalhos em conjunto.

Na 1a semana de janeiro já faremos um Panorama Biográfico de Ano Novo, no Centro Paulus.

Ou seja, 2011 promete…

Marcelo Guerra

Mistério Natalino

Rudolf Steiner

Devemos reencontrar o caminho para o mistério natalino.
Pela natureza nos devemos tornar tão devotos como o eram
Os pastores em seus corações.
Em nossa visão interior devemos nos tornar tão sábios quanto
os magos pela observação de planetas e estrelas no espaço e
no tempo.
Temos de desenvolver interiormente o que os magos desenvolveram exteriormente.
Em nossa troca com o mundo externo devemos desenvolver o que os ingênuos pastores no campo desenvolveram em seus corações-assim encontraremos o caminho, o correto caminho para um profundo sentimento em relação ao Cristo, para uma compreensão amorosa do Cristo.
Desse modo encontraremos o caminho para o mistério natalino.
Com pensamentos e sentimentos corretos podermos colocar ao lado da árvore do paraíso original o presépio que não nos fala apenas de como o ser humano ingressou no mundo através da reencarnação, mas como somente através do renascimento ele pode conscientizar-se plenamente de sua condição de ser homem.

Ano novo, a vida é a mesma, mas pode ser reinventada.

Marcelo Guerra


O início do ano é uma época propícia para as resoluções que trazem um nova forma de ver o que estamos fazendo e o que podemos fazer para que sejamos mais felizes. Costumamos mergulhar nas nossas rotinas e os problemas cotidianos não permitem que olhemos além da superfície de nossas vidas.

Um ditado antigo diz ‘Ano novo, vida nova’. A rigor, a sua vida muda a cada minuto, mas os fatos que a preenchem seguem um sentido se os observarmos no contexto da sua própria história. É preciso olhar para trás e para dentro de si antes de dar um passo mais ousado para a frente. Agir em concordância com o sentido da própria vida lhe proporcionará segurança em seus passos ao longo da vida. E esta segurança pode ser percebida como uma sensação de realização, de dever cumprido. Vivemos sob pressões e demandas que surgem de todos os lados, do trabalho, da família, dos amigos. Ter consciência de que está agindo conforme o seu destino, que se manifesta pelo sentido da sua biografia, fará com que você possa estar consciente, em cada situação, de quais ações podem ser coerentes com o sentido da sua história, e quais destoam completamente.

No fim das contas, como em tudo na sua vida, a decisão só cabe a você tomar. Contudo, quando você age de acordo com o sentido de sua história, é como um trem que anda no trilho, seguindo um fluxo natural, sem dor ou arrependimentos, progredindo no seu ritmo. Fora do sentido, esbarramos na depressão e na angústia.

O Panorama Biográfico é um trabalho da Terapia Biográfica de base Antroposófica, em que cada participante pode rever a sua história sob um ponto de vista do todo até o momento presente. Esta visão panorâmica de sua biografia lhe permite perceber o sentido que permeia e organiza os fatos mais importantes que você viveu. Conhecer este sentido é o primeiro passo para planejar os seus próximos passos de uma maneira coerente com ele. O sentido é o fruto de nossas aspirações mais profundas. Este é um trabalho cujo maior benefício é poder planejar o futuro de acordo com ‘quem sou eu’ ao invés de ‘li um livro que diz que devo ser assim’. Reconhecer suas qualidades únicas e trabalhar o seu desenvolvimento a partir delas é o objetivo do Panorama Biográfico.

Há uma música grega, chamada Menousis, que é dançada de diferentes maneiras, mas em todas elas, são dados vários passos para a frente e, após um passo mais amplo que fica incompleto, é feito pelo menos um para trás, numa imagem do olhar para a própria biografia para, com passos seguros, poder avançar para um futuro melhor.

Publicado originalmente na Revista Personare.

Você gosta de Natal em família?

Marcelo Guerra

Reflita se você escolhe onde passar essa data por prazer ou obrigação

Fim de ano, época de festas, confraternizações, alegria e, para muitos, aborrecimentos. Os dias que antecedem o Natal trazem a necessidade de tomar decisões aparentemente triviais, mas que podem trazer problemas para o próximo ano inteiro. Decidir que presente vai dar para quem talvez seja o mais fácil de resolver. Decidir onde vai passar a noite de Natal e o almoço de Natal é a decisão mais arriscada, principalmente para adultos que já construíram uma nova família, além de sua família original.

Tradicionalmente o Natal é considerado como a festa para se passar em família. É aí que entra a questão: qual família? A que você construiu pelo casamento ou morando com alguém? A família em que você nasceu e foi criado? A família da pessoa com quem você construiu uma outra família? Quem não casou não está isento desse conflito, porque muitas vezes os amigos formam um grupo tão ou mais coeso que uma família, e nessa hora esse grupo também entra no rol de possibilidades.

Há alguns momentos dessas 48 horas (dias 24 e 25) que são mais importantes que os outros? Ou seja, há um horário nobre do Natal? A maioria das pessoas tende a considerar a noite de 24, até a meia-noite, como a apoteose da festa. Por conta disso, este é o momento mais crucial para decidir.

Um exemplo comum é o de um casal com filhos cujos pais são vivos. Vão passar o Natal em sua própria casa, com seus filhos? Vão para a casa dos pais do marido? Para a casa dos pais da esposa? Vão juntar todo mundo? Vão passar a noite de 24 com os pais de um e o almoço de 25 com os dos outro? E os cunhados e cunhadas, vão poder ajeitar seu horário de forma que coincida com os seus?

Decisão difícil… O difícil não é decidir onde você vai passar a noite de 24, mas onde vai deixar de passar. Cobranças, reclamações, mágoas… Prepare-se, elas virão de algum lugar.

Por que muitos de nós precisam sentir-se prestigiados pela escolha dos filhos em passar a noite de Natal em nossa casa? O que representa um filho não vir para a noite de Natal? Ele me ama menos? A família em que ele foi criado é menos importante para ele do que a família que ele construiu? Por que me sinto menos por ele não vir na noite de Natal? Por outro lado, por que sinto mais obrigação do que prazer em passar o Natal com os meus pais ou os meus sogros? Por que sinto tanto medo de magoar?

Mágoas guardadas

Como em todo relacionamento, a dificuldade de comunicação é um pedregulho no sapato. Deixamos de falar o que pensamos e, principalmente, o que sentimos, com medo de magoar, com medo de ser mal interpretados. Muitas vezes, pequenos problemas que não são falados, vão crescendo dentro de nós até o dia em que ou explodimos ou evitamos o contato. Numa data como o Natal, na qual as pessoas podem sentir-se obrigadas a estar juntas, é natural que esses sentimentos e mágoas que carregamos no bolso do coração entrem em ebulição novamente, causando mal estar. Sem dúvida, este não é o melhor momento para trazer à tona assuntos tão delicados que vêm sendo escondidos ou cultivados com pitadas de ressentimento, raiva, incompreensão, intolerância. Porém é possível dizer o que você sente em relação a uma situação que se apresente no momento, tomando o cuidado para não contaminar com as mágoas escondidas. Expressar o que você sente é o primeiro passo para estabelecer ou melhorar uma relação familiar. Não confunda expressar seus sentimentos com o muro das lamentações! Dizer o que você sente não lhe exime das suas responsabilidades em tudo o que lhe acontece, quer dizer, a culpa do que lhe acontece de errado não está nos outros.

Construímos nosso destino com aquilo de que dispomos, com o dinheiro que ganhamos, com o DNA que herdamos, com a educação que recebemos, com os amigos que fazemos. Seguimos (ou não) um mapa inconsciente que desenhamos com o nosso eu interior, e que mostra para onde apontam nossos propósitos e intenções mais profundos. Se ignoramos o mapinha e vamos para onde o mar da rotina e do conformismo nos leva, isto é nossa responsabilidade e não devemos acusar os outros por isto.

Voltando ao Natal, para sua decisão, busque aquilo que lhe é possível neste momento, mas procure perceber aquilo de positivo que traz união à sua família. E expresse o que você sente, seja por palavras, por um abraço, um tapinha nas costas, um sorriso. O espírito de Natal, afinal, é constituído pela união de nossos corações.

Feliz e expressivo Natal! Paz em seu coração!

Artigo publicado originalmente na Revista Personare.


Casa e Família

Você gosta de Natal em família?

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