Grupo de Terapia Biográfica em São Paulo

Você passa a vida buscando um sentido para ela (a vida). Na maior parte do tempo, essa busca é fora, seja aderindo e vestindo a camisa de uma ideologia, comprando, jogando em outra pessoa a responsabilidade pela sua felicidade, e por aí vai. Geralmente quando você olha para dentro de si, esse olhar vai carregado de julgamento, ou admirando-se muito ou recriminando-se como se fosse o pior dos seres humanos que anda sobre a Terra.

Este é um convite para fazer parte de um grupo de Terapia Biográfica que vou coordenar na cidade de São Paulo. O objetivo deste grupo é olhar, junto com os outros participantes, para a própria história, de forma clara e objetiva, sem julgamentos pré-concebidos, para chegar a uma imagem mais nítida de qual o propósito da sua vida.

Este grupo vai funcionar de forma contínua por 8 meses, em que teremos um grupo de discussão só para nós na internet, onde trocaremos mensagens e arquivos, indicações de sites, de livros, filmes, atividades. Uma vez por semana, às terças-feiras, 20h, teremos um encontro marcado pelo Skype, onde conversaremos com voz até 21h. Você organizará um caderno com fatos da sua vida junto com fotos e lembranças para tornar sua biografia algo vivo diante de você. E um sábado por mês teremos um encontro presencial, de 9h às 18h, onde você poderá fazer atividades vivenciais como pintura em aquarela, modelagem em argila, danças circulares e contos de fadas, que ampliarão a compreensão do tema do mês, coroando as discussões com o contato real com o grupo. Para cada tema, teremos um filme para discutir (que assistiremos cada um em sua casa) e alguns textos e músicas para alimentar a discussão.

Os temas que iremos abordar são:

  • Infância e família
  • Adolescência e sexualidade
  • Vocação e trabalho
  • Amor e relacionamentos
  • Amizades
  • Dinheiro
  • Espiritualidade e morte
  • O mal e o perdão

Para participar é necessário ter mais de 21 anos, ter acesso a um computador com conexão à internet e ter vontade de olhar para a própria biografia como quem olha para algo sagrado, que guarda as possíveis respostas para seus conflitos e indecisões.

O grupo, uma vez formado, será o mesmo até o fim do 8° encontro, por isso é importante refletir sobre seu real desejo de participar deste trabalho e evitar inscrever-se pelo impulso. O custo será de R$250,00 mensais, a 1ª parcela será paga através de depósito no Banco do Brasil ag. 0107-4 conta 20222-3 e as demais serão pagas no 1° encontro, com cheques pré-datados. O mínimo de participantes será de 4 pessoas e o máximo, 10. Se não houver o mínimo de inscritos até o 1° encontro presencial, o início poderá ser adiado. Informarei a quem estiver inscrito sobre o andamento das inscrições.

Os encontros presenciais serão à Rua Mateus Grou, 497 casa 2 (uma vila entre os números 507 e 509), Pinheiros, São Paulo. O telefone para contato é (11)6463-6880 e o meu e-mail é marceloguerra@terapiabiografica.com.br .

As datas dos encontros presenciais são as seguintes:

  • 18 de junho de 2011;
  • 16 de julho de 2011;
  • 13 de agosto de 2011;
  • 17 de setembro de 2011;
  • 15 de outubro de 2011;
  • 12 de novembro de 2011;
  • 10 de dezembro de 2011;
  • 14 de janeiro de 2012.

Espero que estejamos juntos nos próximos 8 meses! Um abraço,

Marcelo Guerra

Clique aqui para fazer sua inscrição.


A Festa da Páscoa

A Páscoa é uma festa universal onde os homens, independente de credo e origem, comemoram o renascimento da vida.

Através de informações históricas e inúmeras lendas foi possível estabelecer que a primeira Páscoa foi comemorada pelos hebreus no século 13 antes de Cristo. Esta é também a primeira versão sobre a Páscoa com um sentido religioso. Moisés, antes de lançar as últimas das sete pragas sobre o Faraó do Egito, que não concordava em libertar seu povo, ordenou que cada família do povo hebreu tomasse um cordeiro ou cabrito e oferecesse em sacrifício no dia 14 do mês lunar de Nisan, o que equivale, para nós, a 2 de abril. O sangue do animal deveria ser espalhado nas portas de suas casas para que o anjo do Senhor, ao passar, os reconhecesse. A carne do cordeiro ou cabrito deveria ser comida assada, com pães ázimos e ervas amargas.
Assim, Pessach (a passagem) tomava um sentido de libertação e de nova era para o povo hebreu.
Muito difundida, também, é a versão de que a Páscoa teria origem entre os povos nórdicos, não com sentido religioso, mas como uma manifestação coletiva de agradecimento a terra pelas colheitas e, ao mesmo tempo, uma maneira de festejar a chegada da primavera. Segundo essa versão a Páscoa seria uma festa de prosperidade.
Os chineses também comemoraram a Páscoa como uma festa que anuncia a chegada da Primavera. Existem muitas lendas afirmando que o costume de dar ovos como presente surgiu na China, pois os ovos simbolizam a origem da vida.
Os ocidentais que visitaram a China, principalmente os missionários, trouxeram o hábito de presentear os amigos com ovos cozidos e coloridos.
No século XVIII, a igreja adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo, santificando assim um costume originalmente pagão.
Durante algum tempo os ovos foram feitos de açúcar e depois enfeitados. E, a partir de 1828, quando a indústria de chocolate começou a se desenvolver, apareceram os ovos de Páscoa modernos.
As lendas também dizem que, ao lado dos ovos de Páscoa, aparece o coelho escolhido entre tantos bichos para simbolizar o fenômeno da fecundação, da fertilidade.

Fonte: Folha de São Paulo – 1995

 

(Texto extraído da apostila Cotovia, que é uma publicação dirigida aos educadores da Educação Infantil da Secretaria de Educação e Cultura da Prefeitura da Estância de Atibaia e interessados na proposta aqui apresentada. Ano I – nº1 – março/2006)

Fonte: Festas Cristãs

Tecendo o fio do destino 2011

Tecendo a Manhã

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.


E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

João Cabral de Melo Neto

Cada um de nós nasce com um destino, não como um livro previamente escrito em que cada ato nosso está previsto, mas como uma missão a nós confiada. Isto faz com que a vida tenha um sentido e, muitas vezes, sofremos com angústia ou depressão por não percebê-lo claramente. Os fatos de nossas vidas estão aí para que encontremos o Fio do Destino que, junto com o nosso livre arbítrio, tece os acontecimentos tanto no nosso mundo interior quanto na nossa vida nas comunidades em que vivemos.

Este curso tem o objetivo de buscar o fio do destino de cada um, desembaraçá-lo, tecê-lo de forma diferente, mais confortável, mais de acordo com o sentido que queremos dar para nossas vidas. Para isso trabalharemos com fatos de nossas próprias vidas. Este trabalho será feito com palavras e arte. Ninguém precisa ser artista ou ter conhecimentos prévios de Antroposofia para participar, é claro.

Muitas das questões que nos colocamos hoje são percebidas de modo diferente quando as situamos no contexto mais amplo da vida toda. A troca de experiências de vida num grupo é enriquecedora e suaviza os sentimentos ligados a essas experiências.

Coordenado por:

  • Nina Veiga

Educadora Waldorf e Psicopedagoga artística, mestre em linguagem e cultura.

  • Marcelo Guerra

Médico Homeopata e Terapeuta Biográfico.

Onde e quando?

Em São Paulo, no Centro Paulus, de 29 de abril a 1º de maio de 2011.

Quanto?

  • R$840,00, em quarto individual;
  • R$920,00, em suíte individual.

(O preço inclui os honorários e deslocamento dos coordenadores, os materiais usados durante o workshop, a divulgação, a hospedagem e a alimentação. A inscrição é efetivada com o depósito de R$200,00 e o restante deverá ser pago durante o curso com 4 cheques pré-datados. Não haverá devolução da taxa de inscrição em caso de desistência. Nos reservamos o direito de cancelar o curso se não houver o número mínimo de inscritos.)

Escreva para marceloguerra@terapiabiografica.com.br para mais informações. Ou ligue para (11)6463-6880.

Faça sua inscrição online, clicando aqui.

Responsabilidade, controle e interesse

Marcelo Guerra

Todo dia você acorda com várias responsabilidades. Algumas com as quais você lida sempre e vai continuar lidando, como o seu trabalho; outras que você vai resolver neste dia e estará livre delas; outras que uma vez por mês você precisa lembrar, como as contas. Ser responsável significa, ao pé da letra, responder a uma demanda. A necessidade desta resposta pode gerar ansiedade muito frequentemente, e então a tendência é buscar o controle de todos os fatores envolvidos naquilo que precisamos responder, para evitar o fracasso.

Quando você está no controle, há uma sensação de segurança que permite que você desempenhe aquilo que esperam de você com uma certa facilidade, diria até que ‘com os pés nas costas’. A questão é: até que ponto o controle que você pensa ter sobre algo é real?

Um exemplo muito comum é encontrado na relação entre pais e filhos. Muitos pais acreditam que, por serem responsáveis pelo seu filho, deveriam controlar tudo o que ele/ela faz, ligando a cada 5 minutos para o seu celular, dando incertas para conferir se está onde disse que estaria. Monta-se uma estrutura de vigilância ao redor do filho. E então o pai ou a mãe sente-se seguro. Esqueceram de sua própria juventude. Há 3 décadas atrás, quando eu era adolescente, era comum os pais ditarem regras muito estritas sobre onde ir, com quem ir, a que horas chegar, e por aí vai. Uma enorme lista de regras a serem quebradas, no mínimo envergadas.

A medicina é uma profissão em que isso se revela de uma maneira muito clara. O médico é responsável pelo tratamento junto com o seu paciente, mas ele não tem controle sobre a evolução da doença. Todo tratamento envolve inúmeros fatores, como o estilo de vida do paciente, seu (do paciente) compromisso em tomar e fazer o que for prescrito, a virulência do microrganismo (no caso de uma doença infecciosa), sem contar com o clima, com os problemas que batem à sua porta e causam um desequilíbrio total. Muitos fatores que o médico não pode controlar. No entanto, ele precisa ser responsável. Como ser responsável por uma situação da qual eu não tenho o controle?

A resposta está no ‘interesse’, uma palavra que tem origem no grego antigo e significa estar entre. O médico responsável consegue colocar-se entre a doença e o doente, conhecendo os mecanismos, formas de tratar e possíveis complicações da doença, e sendo generoso com o seu paciente, ouvindo suas queixas, sabendo que ali está um ser humano e não um caso de uma doença. Apesar de não ter o controle sobre a vida do paciente nem sobre a doença que o trouxe à consulta, o médico pode e deve ser responsável pelo seu tratamento.

Trazendo o interesse para outras situações em que é preciso ter responsabilidade, como no exemplo de pais e filhos, fica muito claro que a necessidade de controle será tanto maior quanto menor for o real interesse pela vida do filho. Interessar-se pelas suas atividades, pelas suas amizades, pelas suas dificuldades, pelos seus gostos, pelo que lhe faz sofrer. Interesse não implica em ser invasivo, mas em apoiar quando sentir que é preciso e até mesmo repreender em algumas situações. A pessoa que tem interesse pelo outro cria um vínculo em que o controle torna-se obsoleto, e assim é possível ter responsabilidade tirando o peso da ansiedade das costas.

 

Terapia Biográfica e carreira

Marcelo Guerra

Nas últimas décadas, o conceito de carreira foi radicalmente modificado. Nos anos 70 ou 80 a carreira significava uma vida de trabalho dentro de uma mesma empresa e geralmente a pessoa tinha o próprio nome associado ao local onde trabalhava, como “Sr. Fulano da Empresa X” ou “Sr. Sicrano da Companhia Y”. A partir dos anos 90, a carreira passou a ser construída a partir da presença de diferentes empregos em empresas variadas ou ainda por meio de projetos independentes. Sendo assim, o emprego não é mais a meta, mas sim a realização como profissional.

A Terapia Biográfica busca o sentido nos diferentes fatos da vida de uma pessoa. No caso da carreira, ela pode revelar o sentido de sua vocação, que significa um chamado, ou seja, ultrapassa o conceito de profissão, podendo até se expressar por uma atividade não profissional. A vocação é o meio pelo qual podemos expressar os nossos propósitos mais essenciais, transformando-os em ações. A profissão pode ser uma forma que a vocação encontra para se expressar, mas ela está mais ligada a uma missão de vida. Assim, uma pessoa pode trabalhar num banco como necessidade profissional e realizar sua vocação fotografando nos finais de semana. Ou realizar a vocação num trabalho voluntário. Contudo, o caminho mais adotado para concretizar a vocação ainda é a profissão.

Como a Terapia Biográfica estuda as fases da vida em períodos de sete, os setênios, esta série de artigos pretende mostrar as influências de cada setênio para a formação da vocação. Especificamente, até os 28 anos, porque é quando termina a fase de formação. Para começar, avaliaremos o primeiro período da vida de uma pessoa.

DE 0 A 7 ANOS

Quando você nasceu, precisava de cuidados e os recebeu de seus pais e das pessoas próximas, que formavam à sua volta uma espécie de ninho de carinho e proteção. Até os 7 anos, a criança é bem dependente dos adultos e o que formará sua confiança é a qualidade dos cuidados recebidos nesta fase. Aliás, essa característica deve ser formada nesse período, já que depois disso só é conseguida através de muita disciplina e força de vontade.

A autoconfiança também é muito influenciada pelos primeiros passos. Quando uma criança aprende a andar, ela cai e levanta várias vezes. Muitas vezes ela se ergue com a ajuda de um adulto, mas o mais importante é que ela saiba que pode levantar quando cair. Se os pais não permitem que ela experimente esse levantar e cair, por medo de que se machuque, ela não desenvolverá a coragem para arriscar na vida. Por outro lado, se ela ganha um andador e sai correndo pela casa, sem fazer o menor esforço, pode desenvolver uma falsa autoconfiança, pois não se baseia nas suas próprias forças. Observe como foi que você aprendeu a andar. Isso diz muito sobre como você age na sua vida.

A principal atividade de uma criança é brincar. As brincadeiras nessa fase não seguem muitas regras, não são jogos. Algumas crianças gostam mais de liderar, outras seguem mais do que lideram. Algumas gostam de brincar com os brinquedos que ganham, seguindo as suas funções originais, enquanto outras optam por inventar brinquedos muito mais originais com as caixas dos presentes. As regras das brincadeiras nessa fase são inventadas pelas próprias crianças e costumam começar com “finge que…” ou “faz de conta que…”

Brincando, a criança desenvolve a criatividade e a capacidade de liderança que aplicará no seu trabalho quando for adulta. E é esta criatividade que permite criar novos negócios, novos produtos, novos serviços ou resolver impasses que nascem quase todo dia diante de nós quando estamos trabalhando. A capacidade de liderar, dividir essa liderança e convencer os seus pares daquilo que você acredita fazem com que o trabalho flua por um novo caminho. Isso pode ser comparado com a época que você decidia as regras do pique com os colegas, até onde valia se esconder, até que número quem estava no pique tinha que contar, quem era café com leite e quem brincava à vera.

Estas são as principais influências da infância à vocação que desabrochará na vida adulta. Aguarde os próximos artigos e aprenda mais sobre os setênios.

PARA CONTINUAR A REFLETIR SOBRE O TEMA

“Workshop Antroposófico: Vocação e Sentido”, de 25 a 27/03, em Ouro Preto (MG)

Artigo originalmente publicado na Revista Personare.